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Tarifas abrem fissuras na extrema-direita? “O fracasso bem-sucedido de Trump terá um grande efeito de demonstração”

Nathalie Tocci
Nathalie Tocci
Anadolu

André Ventura disse, num debate, que os portugueses deviam imitar as tarifas dos Estados Unidos, seguindo o interesse nacional. “Mas o interesse nacional português é, presumivelmente, ter uma UE forte e coesa”, contrapõe a académica Nathalie Tocci. “Se Portugal acabar por negociar com os Estados Unidos, não conseguirá um bom acordo”, argumenta, numa entrevista com o Expresso em que refere uma contradição que afetará toda a extrema-direita

A popularidade da direita radical europeia vem em crescendo, quase sem tampão que impedisse a sua ascensão. As taxas alfandegárias anunciadas por Donald Trump colocam um dilema retórico aos dirigentes populistas que o apoiaram. Em países como a Alemanha, França e Itália, com grande tecido empresarial, passam a colidir duas ideias atrativas para o eleitorado da extrema-direita: o exemplo dos Estados Unidos liderado e a defesa do “interesse nacional”.

Nathalie Tocci é diretora do Instituto de Relações Internacionais em Roma, professora na Escola de Governo Transnacional do Instituto Universitário Europeu de Florença e investigadora do programa Futuros da Europa do Instituto de Ciências Humanas de Viena. Em entrevista ao Expresso, a investigadora italiana, que faz estudos sobre a extrema-direita, diz que este novo momento “coloca quase automaticamente estes líderes de extrema-direita numa posição muito desconfortável, sobretudo quando estão no poder, porque não podem dizer que Donald Trump é ótimo se Donald Trump está a prejudicar o seu país”. A seu ver, há uma incompatibilidade mais ampla a ganhar forma.

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