A popularidade da direita radical europeia vem em crescendo, quase sem tampão que impedisse a sua ascensão. As taxas alfandegárias anunciadas por Donald Trump colocam um dilema retórico aos dirigentes populistas que o apoiaram. Em países como a Alemanha, França e Itália, com grande tecido empresarial, passam a colidir duas ideias atrativas para o eleitorado da extrema-direita: o exemplo dos Estados Unidos liderado e a defesa do “interesse nacional”.
Nathalie Tocci é diretora do Instituto de Relações Internacionais em Roma, professora na Escola de Governo Transnacional do Instituto Universitário Europeu de Florença e investigadora do programa Futuros da Europa do Instituto de Ciências Humanas de Viena. Em entrevista ao Expresso, a investigadora italiana, que faz estudos sobre a extrema-direita, diz que este novo momento “coloca quase automaticamente estes líderes de extrema-direita numa posição muito desconfortável, sobretudo quando estão no poder, porque não podem dizer que Donald Trump é ótimo se Donald Trump está a prejudicar o seu país”. A seu ver, há uma incompatibilidade mais ampla a ganhar forma.
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