Numa residência cujas paredes ostentam obras de arte que falam para e de várias culturas, num esforço de diálogo e representação — é com alegria que mostra uma árvore de Natal e outra de Hanukkah —, Randi Charno Levine recebe o Expresso declarando-se orgulhosa das suas raízes judaicas, aberta às dos demais e inquieta com o antissemitismo recrudescente. Sem se desviar das prioridades da ação diplomática de Washington em Lisboa e assegurando que a aliança transatlântica permanece forte, aborda as guerras no Médio Oriente e na Ucrânia e a relação tensa com a China. Outros assuntos a merecer destaque são a cimeira do clima (COP28) e a vontade da embaixadora de conhecer o interior de Portugal.
Esta semana, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, os Estados Unidos votaram contra uma proposta de cessar-fogo em Gaza. Porquê?
A política dos Estados Unidos tem sido clara. Primeiro, é óbvio que apoiamos o direito de Israel a defender-se, na sequência dos horríveis ataques de 7 de outubro. Segundo, condenamos o Hamas enquanto organização terrorista e continuamos a trabalhar para derrotá-lo. Terceiro, focamo-nos em trazer de volta os reféns, unindo esforços com outros países, incluindo Portugal. Quarto, e muito importante, reduzir as baixas civis e levar ajuda humanitária a Gaza. As pausas humanitárias foram um êxito por terem criado oportunidade para libertar reféns. E enquanto nos esforçamos por obter mais pausas — palavra que uso em vez de cessar-fogo —, o Hamas vai repetindo que repetiria o ataque muitas vezes, até Israel ser aniquilado. Ora, a oportunidade para estas pausas tem de vir dos dois lados.
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