EUA

Caso de Jack Teixeira pode causar embaraço na comunidade luso-americana

Jack Teixeira
Jack Teixeira
Facebook de Jack Teixeira

Daniela Melo, cientista política e professora na Universidade de Boston, não encontra nos meios de comunicação dos Estados Unidos uma “associação” entre Jack Teixeira e Portugal. Lusodescendente de 21 anos foi detido por suspeita de divulgação de documentos militares confidenciais

Uma analista e académica considerou que o caso de Jack Teixeira, membro da Guarda Aérea Nacional do Massachusetts, detido por suspeita de divulgação de documentos militares confidenciais, pode vir a causar embaraço na comunidade luso-americana.

Daniela Melo disse à Lusa que, após a identificação de Teixeira na quinta-feira, ainda não houve sinais de reação na comunidade portuguesa.

"Em si isso não surpreende", explicou a cientista política e professora na Universidade de Boston. “Não vejo nos 'media' americanos uma associação entre o Jack Teixeira e a etnia portuguesa.”

Até agora, as notícias norte-americanas sobre a detenção do suspeito não o caracterizaram como lusodescendente ou sequer como fazendo parte de um grupo étnico específico.

"Dadas as informações até agora divulgadas, não prevejo que líderes da comunidade se manifestem em defesa das ações de uma pessoa que, aparentemente, agiu com alguma arrogância e até imaturidade, cometendo um crime gravíssimo contra a segurança" dos Estados Unidos, frisou Daniela Melo.

"Para uma comunidade que se orgulha da sua integração no tecido social americano, este caso causará até embaraço", indicou.

Massachusetts é o estado norte-americano com a segunda maior comunidade de pessoas de origem portuguesa, a seguir à Califórnia, com grandes concentrações em Fall River e New Bedford.

"Isso não quer dizer que a comunidade não se venha a mobilizar se novas informações forem divulgadas, ou até mesmo se a comunidade se sentir atacada pela associação com Teixeira", frisou Daniela Melo. “Temos de ver como se desenrolará o caso.”

Jack Teixeira, de 21 anos, é suspeito de divulgar documentos altamente classificados com implicações internacionais, onde são divulgadas ações de espionagem dos Estados Unidos a aliados e a inimigos e dados sensíveis de serviços secretos militares sobre a guerra na Ucrânia.

O jovem será acusado da remoção não autorizada de informações classificadas de defesa dos Estados Unidos, avançou o procurador-geral norte-americano Merrick Garland, na sequência da detenção.

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