Balão de espionagem chinês conseguiu recolher informações de bases militares sensíveis dos EUA
O balão chinês terá enviado informações - “sinais eletrónicos” - a Pequim em tempo real, a partir de bases militares sensíveis nos EUA
Um balão de espionagem chinês - com o tamanho de três carrinhas escolares - conseguiu reunir informações ao sobrevoar edifícios militares sensíveis nos Estados Unidos da América, de acordo com a NBC News, que cita dois altos funcionários norte-americanos e uma outra fonte que mantém contactos com a Defesa. Apesar dos esforços da Casa Branca para impedir a recolha de dados, o balão de espionagem foi posto a sobrevoar as bases militares em várias ocasiões, tendo enviado a informação a Pequim em tempo real.
O objeto voador foi dissimulado voando no formato de um ‘oito’ em pelo menos um dos locais. A NBC News revela que foram recolhidos sinais eletrónicos “que podem ser captados de sistemas de armas ou incluir comunicações do pessoal da base”.
As autoridades chinesas rejeitaram as acusações de que o balão fosse um objeto de espionagem do Governo, e acusaram os EUA de reagir exageradamente ao caso de uma embarcação civil não tripulada que acidentalmente se desviou do seu percurso. No entanto, as autoridades norte-americanas acreditam que o balão esteve a sobrevoar a América do Norte durante uma semana, até ser abatido por uma aeronave na costa da Carolina do Sul, sobre o Oceano Atlântico, a 4 de fevereiro.
O balão de espionagem que desencadeou uma crise nas relações diplomáticas entre os EUA e a China, levando o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar a sua visita a Pequim, passou a ser monitorizado no trecho da viagem entre o Alasca e Montana. É naquela região que o Departamento de Defesa norte-americano guarda recursos nucleares na base da Força Aérea (Malmstrom). A NBC News detalha que o balão acelerou nesse momento, quando Pequim tentava retirar o objeto do espaço aéreo dos EUA.
As fontes ouvidas pela NBC News também afirmaram que o Governo dos EUA limitou a capacidade do balão de recolher informação de bases militares sensíveis, bloqueando-o e retirando dos locais os potenciais alvos. Depois de abatido o balão, os destroços continuam a ser analisados por peritos em segurança dos EUA. De acordo com Washington, a China terá fixado balões como aquele em mais de 40 países, cobrindo os cinco continentes. “Não é uma violação grave”, disse Biden. “É uma violação do direito internacional. É o nosso espaço aéreo. E, assim que chega ao nosso espaço, podemos fazer o que quisermos com ele.”
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