EUA

“Enorme afluência, nervos desgastantes”: como a imprensa mundial está a ver o “duelo acirrado e tenso” pela presidência dos Estados Unidos

Cerca de 250 milhões de norte-americanos estão convocados para participar nas presidenciais de 3 de novembro. Mais de 70 milhões votaram antecipadamente
Cerca de 250 milhões de norte-americanos estão convocados para participar nas presidenciais de 3 de novembro. Mais de 70 milhões votaram antecipadamente
RICARDO ARDUENGO / AFP / Getty Images

Meios de comunicação de todo o globo estão a acompanhar ao segundo os desenvolvimentos que vão surgindo nas mesas de voto americanas. Uma mensagem é transversal: ainda é cedo para qualquer um dos candidatos cantar vitória

“Enorme afluência, nervos desgastantes”: como a imprensa mundial está a ver o “duelo acirrado e tenso” pela presidência dos Estados Unidos

Tiago Soares

Jornalista

“A presidência continua em aberto”. É desta forma que o jornal espanhol "El País" resume, no seu site, a contagem de votos das eleições dos Estados Unidos da América, ainda a decorrer.

A imprevisibilidade dos resultados - e do que poderá acontecer depois - está espelhada um pouco por toda a imprensa mundial, e são muitos os jornais que apontam a alta probabilidade de os americanos não saberem nas próximas horas quem será o seu próximo Presidente, lembrando que Donald Trump apelidou todo o processo de “fraude” e prometeu, há poucas horas, avançar para o Supremo Tribunal para parar a contagem de votos.

Ainda em Espanha, esta é justamente a informação dada pelo diário “El Mundo”, que escreve ainda sobre como o Partido Democrata se “impôs” na Câmara dos Representantes, e aponta que, neste momento, a chave da decisão está na mão de quatro estados apenas: Wisconsin, Carolina do Norte, Michigan e Pensilvânia.

É por este último estado decisivo que o site especializado em sondagens Fivethirtyeight faz a seguinte pergunta: “Joe Biden está tramado se perder a Pensilvânia?” A resposta? “Não, não exatamente.”

Continuando nos EUA, a CNN recorda que tudo será decidido pelos estados já referidos: Joe Biden está para já em vantagem, mas a contagem de votos ainda continua. E a Câmara dos Representantes pode estar mais vestida de azul, mas “as esperanças democratas de conquistar o Senado estão a diminuir depois das vitórias republicanas”, contextualiza o "Financial Times".

Enquanto não há certezas, o "The New York Times" explica os caminhos que ambos os candidatos podem ainda percorrer até à Casa Branca, da recuperação de Trump até às opções de Biden.

O "Washington Post" apresenta uma foto reportagem com um conjunto de fotografias que mostram como foi a noite de expectativas dos eleitores um pouco por todo o país, desde a Casa Branca, na capital Washington D.C., até ao decisivo estado da Pensilvânia, passando pela contagem dos votos em Atlanta.

Em França, o jornal “Le Figaro” conta que a equipa de Biden vai “contra-atacar” a ideia “escandalosa” de Trump de levar os resultados ao Supremo. Ao mesmo tempo, o francês “Le Monde” sublinha que o “duelo está acirrado e tenso”.

No Reino Unido, a BBC, também em direto, repete a ideia de que a fraude declarada pelo atual Presidente é “falsa”, e garante que o processo eleitoral será “até à última”, lembrando que tanto Trump como Joe Biden já previram em público a vitória. Por sua vez, o britânico “The Telegraph” abre com uma citação de Trump proferida há poucas horas perante os seus apoiantes: “Eu ganhei francamente as eleições”.

Ainda é cedo para saber. “Os Estados Unidos preparam-se para uma longa espera pelos resultados eleitorais enquanto Trump falsamente declara vitória”, titula o jornal "The Guardian" nesta manhã de quarta-feira, num dos vários artigos em que acompanha as eleições em direto. Outro artigo do diário britânico resume bem a parte da história destas eleições que já é conhecida: “Enorme afluência, nervos desgastantes.”

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