Eleições no Brasil

Justiça eleitoral felicita Lula e confia que Bolsonaro aceitará resultados

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes
ADRIANO MACHADO/Reuters

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral falou com Jair Bolsonaro e disse estar convencido de que o Presidente em exercício aceitará o resultado: "Não creio que tenha havido qualquer problema", mas “se houver alguma disputa, desde que dentro do jogo eleitoral, ela será tratada como convém a um Estado de Direito”

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) felicitou, no domingo, o "Presidente eleito" Luiz Inácio Lula da Silva, excluindo que Jair Bolsonaro, que foi derrotado nas urnas, possa não reconhecer os resultados, apesar de ainda não ter feito qualquer declaração.

"Telefonei aos dois candidatos e felicitei-os por terem participado nesta celebração da democracia que são as eleições", disse o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em conferência de imprensa.

Acrescentou que, a Lula, também estendeu as suas felicitações na sua qualidade de "Presidente eleito" e, embora não tenha revelado o teor da conversa com Bolsonaro, disse estar convencido de que o líder da extrema-direita aceitará o resultado, apesar de muitas vezes ter insinuado que poderia não o fazer em caso de derrota.

"Não creio que tenha havido qualquer problema", mas "se houver alguma disputa, desde que dentro do jogo eleitoral, ela será tratada como convém a um Estado de Direito", disse.

Ainda assim reiterou repetidamente que o processo foi "limpo, seguro e transparente".

Quase duas horas após a contagem dos votos ter confirmado a vitória de Lula da Silva por uma margem estreita de menos de dois pontos percentuais, o atual Presidente e candidato derrotado ainda não tinha comentado os resultados.

Contudo, Moraes insistiu que não espera quaisquer problemas: "O resultado foi proclamado, será aceite" e "não prevemos qualquer risco real de contestação", sublinhou.

O magistrado falou rodeado pelos outros seis membros da justiça eleitoral, quase todos os juízes do Supremo Tribunal e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, numa mensagem institucional clara em defesa da transparência do processo eleitoral, frequentemente questionada por Bolsonaro.

"Aqueles que ganharam as eleições sabem que tiveram mais votos e aqueles que perderam sabem que lhes faltam votos", salientou.

Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, foi eleito no domingo Presidente do Brasil, com 50,90% dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%, quando estavam contadas 99,93% das secções eleitorais.

Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa agora ao Palácio do Planalto.

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