Num Brasil rico em confissões religiosas, Jair Bolsonaro e a mulher de Luís Inácio Lula da Silva (a socióloga Rosângela Silva, mais conhecida por Janja) estiveram em Belém do Pará, na procissão do círio, em homenagem a Nossa Senhora da Nazaré. A devoção evangélica do Presidente recandidato não o afastou da romaria católica que atrai milhares de nordestinos e não só. Janja, que é católica, levou consigo uma imagem da Senhora Nazaré que lhe fora oferecida em setembro.
A presença de Bolsonaro e Janja na peregrinação do Círio de Belém prova que o combate entre os dois candidatos à segunda volta das presidenciais, marcada para dia 30, se faz voto a voto. São as eleições mais renhidas de “toda a história do Brasil”, desde a implantação da República em 1889, afirma Renato Lessa ao Expresso. “Também são as mais perigosas”, alerta o autor do livro “A Invenção Republicana”, que colaborou na obra “130 Anos: Em Busca da República”. “Há um entendimento generalizado na oposição a Bolsonaro, de que não são ‘normais’”, prossegue Lessa, que teme o “risco de alteração autocrática e progressiva do regime democrático, que não virá do cenário tradicional do golpe de Estado, mas da transfiguração do próprio regime”.
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