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Portugal não está na contramão da igualdade racial, mas em “tempos diferentes de reação”, avalia ministra brasileira

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil
Buda Mendes/Getty Images

Considerando que há “muito avanço a ser feito” nos dois países, Anielle Franco destaca a defesa por Marcelo Rebelo de Sousa das reparações às antigas colónias. “A gente nunca teve um Presidente português que se manifestou pela reparação. É a primeira vez”, refere a ministra da Igualdade Racial do Brasil. Numa curta conversa com o Expresso, sublinha que “a reparação passa por vários pontos de políticas públicas” e confirma que o seu Ministério tem recebido “bastantes relatos de xenofobia e racismo” contra brasileiros em Portugal

Portugal não está na contramão da igualdade racial, mas em “tempos diferentes de reação”, avalia ministra brasileira

Hélder Gomes

Jornalista

Numa visita de dois dias a Portugal, a ministra da Igualdade Racial do Brasil defendeu que algumas medidas do Plano Juventude Negra Viva, como a lei das quotas ou da injúria racial, podem ser aplicadas em Portugal. Anielle Franco participou ainda na 12ª edição do Fórum de Lisboa e assinou um memorando de entendimento com o Observatório do Racismo e da Xenofobia, na Nova School of Law, da Universidade Nova de Lisboa.

Durante um encontro com a ministra portuguesa da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, a governante brasileira apresentou na terça-feira o Juventude Negra Viva, que descreveu como “um plano muito robusto no Brasil”, aprovado em 2023 e a envolver 22 ministérios.

Já a assinatura do memorando, que aconteceu no dia seguinte, decorre do trabalho iniciado na visita anterior da ministra a Portugal, no ano passado, integrada na comitiva ministerial que acompanhou o Presidente do Brasil, Lula da Silva, na sua primeira deslocação a Lisboa depois de tomar posse.

O Expresso falou com Anielle Franco (irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada a tiro em 2018) na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, depois de a ministra participar na mesa de debate “ESG e Sustentabilidade Governativa” do Fórum de Lisboa.

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