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Bolsonaro pode ficar impedido de se recandidatar à presidência durante oito anos: tribunal começa a julgá-lo esta quinta-feira

Bolsonaro pode ficar impedido de se recandidatar à presidência durante oito anos: tribunal começa a julgá-lo esta quinta-feira
Alex Wong/Getty Images

O julgamento poderá, segundo avançam vários meios de comunicação brasileiros, arrastar-se durante os próximos meses, caso os sete magistrados do Tribunal Superior Eleitoral não concluam a votação na próxima quinta-feira

Será já na próxima quinta-feira, 22 de junho, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a julgar o ex-Presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político e dos meios de comunicação, mas a decisão final poderá ser anunciada apenas em setembro, avança o jornal “O Globo”.

O caso foi levado a tribunal pelo Partido Democrático Trabalhista, que em 2022 acusou Bolsonaro de questionar a transparência do processo eleitoral e das urnas eletrónicas, sem apresentar provas, num encontro com embaixadores, emitido pela estação estatal TV Brasil. Bolsonaro, que à época concorria às eleições gerais, nas quais tentava ser reeleito para um segundo mandato, também disparou contra o então candidato e atual Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os membros do Supremo Alexandre de Moraes, Luís Barroso e Edson Fachin.

O julgamento poderá, segundo avançam vários meios de comunicação brasileiros, arrastar-se mais do que o previsto, caso os sete magistrados do TSE não concluam a votação na próxima quinta-feira. Nesse caso, a deliberação poderá continuar a 27 e 29 de junho, mas se existir algum pedido de revisão do processo, a decisão fica adiada para o mês de setembro.

Inelegível durante oito anos

No sábado passado, Jair Bolsonaro mostrou-se pouco confiante no resultado do julgamento, que poderá impedi-lo de se candidatar às próximas eleições, a 4 de outubro de 2026. Um veredicto desfavorável - se for considerado culpado por abuso de poder político e dos meios de comunicação - culminará na inelegibilidade do ex-Presidente por um período de oito anos.

"Obviamente não quero perder os direitos políticos. A gente quer continuar vivo contribuindo com o país. (...) Nós temos esse problema agora. Até mesmo uma condenação de inelegibilidade porque me reuni com embaixadores antes do período eleitoral. Vamos enfrentar isso no dia 22 agora. Já sabemos que os indicativos não são bons, mas eu estou tranquilo", afirmou durante um evento do Partido Liberal em Jundiaí, no interior de São Paulo.

‘Mea culpa’ no caso das vacinas da covid-19

O ex-Presidente brasileiro pediu desculpa este domingo por ter afirmado que as vacinas mRNA contra a covid-19 continham grafeno, associando as mesmas a possíveis problemas “nos testículos e ovários”.

"Como é do conhecimento geral, estou entusiasmado com o potencial de trabalho do óxido de grafeno e, inadvertidamente, associei a substância à vacina, facto que foi desmentido em agosto de 2021. Mais uma vez arrependo-me do que disse e peço desculpas", afirmou o ex-Presidente no Twitter, citado pela agência espanhola de notícias EFE, depois de um coro de críticas face à intervenção feita no sábado, num evento do Partido Liberal, no estado de São Paulo.

Na intervenção, Bolsonaro disse, segundo o portal UOL Notícias, que a bula das vacinas desenvolvidas com tecnologia mRNA tinha uma referência a grafeno: "A vacina tem dióxido de grafeno, tá? Onde ele se acumula? Nos testículos e ovários", afirmou, exclamando: "Eu li a bula".

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