Internacional

Ataque informático à Cruz Vermelha compromete dados de mais de 515 mil pessoas “altamente vulneráveis”

Foto: Fabrice COFFRINI / AFP via Getty Images
Foto: Fabrice COFFRINI / AFP via Getty Images

O ataque teve como alvo uma empresa externa sediada na Suíça e contratada pelo Comité para armazenar a informação

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi alvo de um “sofisticado ataque informático”. Segundo um comunicado da organização humanitária divulgado esta quarta-feira, o ciberataque foi detetado “esta semana” e comprometeu “dados pessoais e informações confidenciais de mais de 515 mil pessoas altamente vulneráveis”.

De acordo com a CICV, o ataque teve como alvo uma empresa externa sediada na Suíça e contratada pelo Comité para armazenar a informação. O nome da empresa visada não foi divulgado.

Até ao momento não é ainda claro quem estará por detrás do ataque. Na nota, a Cruz Vermelha sublinha que “a preocupação mais premente” é a divulgação dos dados comprometidos. Para já não há sinais de tal ter acontecido.

Os dados comprometidos incluem informações de pelo menos 60 “sociedades nacionais” ou redes de voluntários e staff aos quais a Cruz Vermelha recorre como primeira linha em caso de desastre.

O ciberataque obrigou também a organização humanitária a encerrar o sistema informático de apoio ao programa Restoring Family Links, que reune famílias separadas por conflitos, migrações e desastres. Os dados destas pessoas também foram comprometidos.

“Um ataque aos dados das pessoas que estão desaparecidas torna a agonia e sofrimento das famílias ainda mais difícil de suportar. Estamos todos chocados e perplexos que esta informação humanitária tenha sido alvo e comprometida”, afirmou o diretor geral do CICV, Robert Mardini. “Este ciberataque coloca pessoas vulneráveis, aqueles que já necessitam dos serviços humanitários, em maior risco.”

À CNN Internacional, um ex-conselheiro da sede da Cruz Vermelha em Geneva especializado em ciberguerra considerou que a organização humanitária deve pedir ajuda aos governos que subscreveram à Convenção de Geneva. “Este parece ser a maior e mais sensível fuga de informação da história do CICV e, provavelmente, considerando a sensibilidade [dos dados comprometidos] de todas as organizações humanitárias até à data”, afirmou Lukasz Olejnik.

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