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“Ar-pocalipse” na Índia: “há uma espessura palpável a pairar ao redor, quase como se pudéssemos sentir os poluentes em cada respiração”

Em Nova Deli, na Índia, o Índice de Qualidade do Ar passou para a categoria “grave e perigosa” devido à poluição e à emissão de gases com efeito de estufa
Em Nova Deli, na Índia, o Índice de Qualidade do Ar passou para a categoria “grave e perigosa” devido à poluição e à emissão de gases com efeito de estufa
EPA / HARISH TYAGI

A concentração de partículas poluentes no ar de Nova Deli é dezenas de vezes superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Este mês, a poluição atmosférica formou uma barreira visual que causou irritação nos olhos e interferiu no dia a dia da capital: fecharam-se escolas e restringiu-se a circulação de camiões. A crise de poluição - que afeta também outras zonas do país - prejudica a população e cria desafios económicos

“Ar-pocalipse” na Índia: “há uma espessura palpável a pairar ao redor, quase como se pudéssemos sentir os poluentes em cada respiração”

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

A crise de poluição do ar que afetou a Índia nas últimas semanas – com uma pausa do nível “perigoso” trazida por chuva – fez com que um manto de névoa se instalasse sobre várias zona do país. Na capital da Índia, Nova Deli, as atividades não essenciais de construção foram proibidas e a entrada de camiões a diesel restringida. As escolas permanecem fechadas.

Apesar dos níveis de poluição terem descido desde o início do mês, a classificação mundial elaborada pela empresa suíça IQAir mantém Nova Deli como a cidade mais poluída do mundo, com um índex de qualidade do ar de 235. Isto indica um nível de poluição “muito pouco saudável”. A concentração de partículas finas PM2.5 em Deli é de 36,9 vezes o valor recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

“Viver na Índia durante uma crise de poluição do ar é uma experiência única que acarreta desafios tanto físicos como emocionais. Sair durante esses períodos é acompanhado de uma mudança notável na atmosfera. O ar parece pesado, e há uma espessura palpável a pairar ao redor, quase como se pudéssemos sentir os poluentes em cada respiração”, descreveu Aparna Roy, especialista em alterações climáticas e energia da Observer Research Foundation (ORF), em resposta escrita ao Expresso.

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