Ásia

Taiwan deteta 38 aeronaves e seis navios de guerra chineses à volta da ilha

Navios da armada taiwanesa em manobras de vigilância nas ilhas Matsu, na sequência de exercícios militares chineses
Navios da armada taiwanesa em manobras de vigilância nas ilhas Matsu, na sequência de exercícios militares chineses
YAN ZHAO/AFP/Getty Images

É o número mais elevado de meios desde que a China simulou um bloqueio a Taiwan, no início do mês. Na quarta-feira, o ministério da Defesa taiwanês tinha anunciado que iria simular respostas a uma “potencial invasão chinesa”

O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detetado hoje 38 aeronaves e seis navios de guerra chineses à volta da ilha, o número mais elevado desde que a China simulou um bloqueio a Taiwan, no início do mês.

Num comunicado, o ministério disse que 19 dos 38 aviões militares atravessaram a linha mediana que separa Taiwan da China continental e que um drone militar efetuou círculos em torno da ilha.

O comunicado referiu ainda que seis navios de guerra chineses foram avistados perto de Taiwan entre as 06:00 de quinta-feira (23:00 de quarta-feira em Lisboa) e as 06:00 de hoje (23:00 de quinta-feira em Lisboa).

Na quarta-feira, o ministério tinha anunciado que Taiwan iria simular respostas a uma "potencial invasão chinesa", durante os exercícios militares anuais designados Han Kuang, num período de crescentes tensões com Pequim.

Os Han Kuang vão dividir-se em duas fases: jogos de guerra computadorizados, que decorrem entre 15 e 19 de maio, e manobras com uso de fogo real, marcadas para o período entre 24 e 28 de julho, afirmou o general Lin Wen-huang, citado pela agência oficial, a CNA.

Os jogos computadorizados vão ser baseados numa plataforma projetada pelos Estados Unidos que permite a simulação de operações civis e militares.

As simulações vão ser realizadas ao longo de cinco dias, para "testar a capacidade militar de coordenar e executar a resposta a uma invasão chinesa", disse Lin.

Os exercícios com fogo real vão concentrar-se em testar a capacidade dos militares taiwaneses de "conservar a sua força, no caso de uma invasão em grande escala" e "realizar interceções marítimas", para evitar um bloqueio chinês à ilha.

Os aeroportos civis também vão participar das manobras, que o general descreveu como um "recurso importante para o Exército aumentar a sua flexibilidade e garantir que as forças aéreas podem sobreviver por mais tempo".

Os exercícios de Han Kuang são realizados anualmente desde 1984 para testar a prontidão de combate de Taiwan contra uma possível invasão chinesa.

A China realizou quatro dias de exercícios militares em torno de Taiwan no início do mês, em retaliação contra uma reunião na Califórnia entre a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.

As manobras contaram com a participação do porta-aviões Shandong e incluíram um bloqueio de facto à ilha.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça com a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária.

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