América Latina

Argentina: partido de Milei perde eleições em Buenos Aires, e um mês das legislativas de outubro

Argentina: partido de Milei perde eleições em Buenos Aires, e um mês das legislativas de outubro
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A oposição peronista ao Governo de Javier Milei, derrotou neste domingo o partido do presidente, La Libertad Avanza, nas legislativas na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral, fundamental para as eleições nacionais de outubro próximo

A oposição peronista ao Governo de Javier Milei, derrotou neste domingo o partido do presidente, La Libertad Avanza, nas legislativas na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral, fundamental para as eleições nacionais de outubro próximo.

Com mais de 85% dos votos apurados, a aliança da oposição peronista Fuerza Patria, obteve quase 47%, enquanto a La Libertad Avanza (LLA) ficou com quase 34%.

Milei já reconheceu que o LLA sofreu "uma derrota clara", que "tem de ser aceite", e prometeu fazer o possível para reverter estes resultados. "Hoje tivemos uma derrota clara e, se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa de ser aceite são os resultados. E hoje os resultados não foram positivos e tivemos um revés eleitoral e isso precisa de ser aceite", disse, depois de uma campanha marcada por casos de corrupção.

O principal rosto da vitoria, a ex-presidente da Argentina Cristina Fernández (2007-2015) saiu à varanda da sua casa em Buenos Aires, onde cumpre prisão domiciliária, para saudar centenas de apoiantes que aí se reuniram este domingo para celebrar o feito peronista.

"Viste Milei?", escreveu Fernández minutos antes de sair à varanda no seu perfil na rede social X, para em seguida criticar, uma a uma, várias políticas e ações do Presidente Javier Milei durante o seu mandato.

Os resultados ainda provisórios apontam para uma vitória do peronismo em seis das oito secções eleitorais que compõem a província, incluindo vitórias categóricas nos dois distritos mais populosos.

A participação ficou ligeiramente acima de 63%, um número inferior ao registado nas eleições legislativas anteriores (71% em 2021 e 77% em 2017), mas não tão baixo quanto o esperado, considerando que, desta vez, por estas eleições não serem realizadas em conjunto com as nacionais, se previa uma maior abstenção.

Atrás da Fuerza Patria e da LLA, a Somos Buenos Aires, uma frente política composta por setores peronistas opostos ao kirchnerismo (o vencedor desta noite), registou pouco mais do que 5% dos votos. Em quarto lugar, a Frente de Izquierda y de los Trabajadores Unidad, ultrapassou ligeiramente os 4%.

A serem conformados estes resultados, a Fuerza Patria, que governa a província desde 2019, ficará com 13 dos 23 assentos no Senado que estavam em jogo nesta eleição e 21 dos 46 assentos disputados.

A LLA, por sua vez, ficará com oito dos 46 assentos no Senado provincial e ainda 18 assentos na Câmara Baixa, que conta com um total de 92 cadeiras.

O peronismo conseguiu impor-se não só ao partido de Milei, mas também à Propuesta Republicana (Pro), partido conservador liderado pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019), que se apresentou a estas eleições em coligação com a LLA.

Tanto o governo de Milei quanto o peronismo - a principal força de oposição na Argentina - escolheram como estratégia política apresentar a eleição provincial como uma batalha fundamental para se posicionarem com solidez para as eleições nacionais de 26 de outubro, nas quais será parcialmente renovada a composição do Parlamento argentino.

A província de Buenos Aires tem um peso eleitoral importante, uma vez que concentra 38,6% da população da Argentina.

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