Uma delegação venezuelana encabeçada por Antonio Ledezma, histórico preso político e exilado opositor do regime chavista, está em Lisboa para tentar convencer os deputados portugueses a reconhecerem Edmundo González como legítimo vencedor das eleições de 28 de julho e, por isso, legítimo Presidente da Venezuela.
Em entrevista ao Expresso, o homem que protagonizou uma fuga cinematográfica em 2017, depois de ter sido preso pelo regime do atual Presidente, Nicolás Maduro, não poupa acusações a este nem aos homens que, diz, sustentam a sua tirania. Atira contra o procurador-geral por “fabricar dossiês” que atiram para a prisão menores e mulheres grávidas, acusa as cúpulas militares que protegem Maduro de manterem o regime para manterem os seus próprios benefícios.
Nascido em 1955, Ledezma é advogado e foi presidente da câmara de Caracas entre 2008 e 2015, quando foi preso pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) sob a acusação de ter participado numa alegada conspiração, em parceria com a CIA americana para desestabilizar e derrubar o Governo. Ao Governo português pede que se lembre dos muitos luso-descendentes que vivem sem liberdade, sem segurança, sem direito à prosperidade que um dia alcançaram “apenas com o seu talento e capacidade de trabalho”.
O PSD insistiu esta quarta-feira com as autoridades da Venezuela para que divulguem as atas porque “só assim estaremos em condições de conhecer ou reconhecer qualquer vitória eleitoral”. O Partido Socialista também não deve apoiar a moção da Iniciativa Liberal pelo conhecimento de González. Em declarações no Parlamento, o socialista João Paulo Rebelo considerou que o processo eleitoral na Venezuela levanta “todas as dúvidas”, mas não parece “prudente nesta fase reconhecer a vitória de Edmundo González”.
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