Exclusivo

América Latina

Antonio Ledezma: “Queremos que o povo português nos ajude a ter o nosso próprio 25 de abril venezuelano”

Antonio Ledezma: “Queremos que o povo português nos ajude a ter o nosso próprio 25 de abril venezuelano”
TIAGO MIRANDA

O antigo autarca de Caracas é dos mais antigos nomes da oposição aos regimes de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Em 2015, por isso mesmo, foi acusado de conspirar com a agência americana CIA para derrubar o atual Presidente venezuelano, teria ficado 26 anos preso se não se tivesse evadido a pé até à Colômbia. Há quase dez que vive em Espanha como exilado político. Nega que a fuga de grandes nomes da oposição esteja a enfraquecer a resistência e garante que dia 10 de janeiro apenas uma pessoa será empossada Presidente da Venezuela: Edmundo González. Está em Portugal para tentar que o Governo o declare vencedor legítimo das eleições de 28 de julho, mas não será unânime

Uma delegação venezuelana encabeçada por Antonio Ledezma, histórico preso político e exilado opositor do regime chavista, está em Lisboa para tentar convencer os deputados portugueses a reconhecerem Edmundo González como legítimo vencedor das eleições de 28 de julho e, por isso, legítimo Presidente da Venezuela.

Em entrevista ao Expresso, o homem que protagonizou uma fuga cinematográfica em 2017, depois de ter sido preso pelo regime do atual Presidente, Nicolás Maduro, não poupa acusações a este nem aos homens que, diz, sustentam a sua tirania. Atira contra o procurador-geral por “fabricar dossiês” que atiram para a prisão menores e mulheres grávidas, acusa as cúpulas militares que protegem Maduro de manterem o regime para manterem os seus próprios benefícios.

Nascido em 1955, Ledezma é advogado e foi presidente da câmara de Caracas entre 2008 e 2015, quando foi preso pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) sob a acusação de ter participado numa alegada conspiração, em parceria com a CIA americana para desestabilizar e derrubar o Governo. Ao Governo português pede que se lembre dos muitos luso-descendentes que vivem sem liberdade, sem segurança, sem direito à prosperidade que um dia alcançaram “apenas com o seu talento e capacidade de trabalho”.

O PSD insistiu esta quarta-feira com as autoridades da Venezuela para que divulguem as atas porque “só assim estaremos em condições de conhecer ou reconhecer qualquer vitória eleitoral”. O Partido Socialista também não deve apoiar a moção da Iniciativa Liberal pelo conhecimento de González. Em declarações no Parlamento, o socialista João Paulo Rebelo considerou que o processo eleitoral na Venezuela levanta “todas as dúvidas”, mas não parece “prudente nesta fase reconhecer a vitória de Edmundo González”.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate