Os venezuelanos vão este domingo às urnas para responder a cinco perguntas sobre o futuro de Essequibo, uma região maior do que Portugal, muito rica em petróleo, que representa quase 75% do território da Guiana. A Venezuela reivindica o território há 200 anos, desde o tempo de Simon Bolívar, pai das independências da América Latina, e segundo Presidente do país. O Brasil já colocou tropas na fronteira Norte que partilha com os dois países contendores e, se houver guerra, há que lembrar que a Guiana está alinhada com os Estados Unidos e a Venezuela com a Rússia e a China
Convocar um referendo para discutir uma disputa de fronteiras entre a Venezuela e a Guiana, estabelecidas em 1899, pode não parecer ser sério mas é grave. A disputa chama-se Essequibo, território maior do que Portugal continental, muito rico em petróleo, localizado a oeste do rio do mesmo nome, que corresponde a 75% do território da Guiana, país que passou de pobre a recordista de crescimento económico desde que descobriu a riqueza em Essequibo.
Se o petróleo motiva os interesses imediatos de Nicolás Maduro, a questão da identidade nacional não fica atrás. Simón Bolívar (1783-1830), pai das independências latino-americanas, foi o primeiro a reivindicar para o domínio de Caracas esta extensa faixa territorial à coroa britânica, que era então a potência colonizadora da atual Guiana, que é um país independente desde 1966 (e foi uma colónia holandesa antes de ser britânica).
Acresce que a Guiana deixou de ser um país pobre e começou a bater recordes de crescimento económico desde que descobriu reservas petrolíferas em Essequibo, que lhe garantem 11 mil milhões de barris de petróleo e, também, gás natural.
Indicadores do Fundo Monetário Internacional, dizem que a Guiana teve o maior crescimento económico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto.
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