Exclusivo

América Latina

“A vitória de Milei faz tremer o sistema político tradicional”: argentinos deram sinal verde a simpatizante de Trump e aliado de Bolsonaro

Javier Milei (ao centro), candidato da extrema-direita argentina, reage aos bons e inesperados resultados conseguidos nas eleições primárias deste domingo
Javier Milei (ao centro), candidato da extrema-direita argentina, reage aos bons e inesperados resultados conseguidos nas eleições primárias deste domingo
REUTERS

Javier Milei, aliado de Jair Bolsonaro, passou dos canais de TV e das redes sociais a surpreender nas urnas, impondo a maior derrota da história ao Peronismo. Se as eleições de outubro fossem hoje, dois opositores disputariam a segunda volta. Porém, o discurso disruptivo de Milei gera incertezas nos mercados que devem reagir negativamente nesta segunda-feira (14)

“A vitória de Milei faz tremer o sistema político tradicional”: argentinos deram sinal verde a simpatizante de Trump e aliado de Bolsonaro

Márcio Resende

correspondente na Argentina

Um exultante Javier Milei subiu ao palco sob os gritos eufóricos de militantes, na sua maioria jovens: “Já se sente, Milei Presidente”. “Este é o fim do ‘kirchnerismo’ e da casta política parasitária e ladra que afunda o país”, respondeu o ultra liberal, de 52 anos, que tem como imagem de marca uma farta e rebelde cabeleira.

“Estamos em condições de vencer na primeira volta”, afirmou o libertário, quando a contagem dos votos estava em 60%. Milei liderava com 32,1%, enquanto a oposição liderada por Patricia Bullrich tinha 27,5% e o candidato do Governo, Sergio Massa, somava 25,5%.

“O resultado surpreendeu-me. Confesso que achei que Milei ficaria em terceiro lugar, mas ele ganhou a todos os partidos tradicionais. Estamos fartos da situação do país. Não dá para aguentar. Este foi o voto do bom-senso e do protesto. Já experimentámos todos os partidos e nada mudou”, explica ao Expresso o eleitor Mariano Ezpeleta, de 32 anos, presente no hotel Libertador de Buenos Aires, onde Milei fez o discurso de vitória.

A distância entre os primeiros colocados diminuiria depois, mas Javier Milei arrasou. Sem nenhuma estrutura partidária, ganhou em 16 das 24 províncias argentinas. Ganhou, com muita vantagem, em províncias onde o Peronismo nunca perdeu. Aliás, desde que o país recuperou a democracia em 1983, esta foi a maior derrota ao Peronismo e à sua fação radical, o kirchnerismo, atualmente no poder.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate