A maior novidade acaba por ser a (já prevista) ascensão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que fica em terceiro lugar, com 15,3%, o que mais do que triplica o que alcançara em 2020 (5,1%). Em segundo lugar ficaram os sociais-democratas (SPD), parceiros minoritários na coligação federal, com 22% dos votos, uma ligeira queda em relação a 2020 (24,3%), mas que acaba por contrariar as previsões, que apontavam para uma perda forte do partido.
O resultado confirma a tendência de crescimento da extrema-direita, que já lidera algumas sondagens nacionais, e aumenta a pressão sobre os partidos tradicionais para manterem a chamada “barreira de contenção”, que exclui qualquer cooperação política com a AfD a nível federal, alertam especialistas. O partido de direita radical, que é atualmente a maior força da oposição no Parlamento, definiu como objetivo entrar no governo federal até 2027.
Com quase 14 milhões de eleitores, as eleições na Renânia do Norte-Vestefália, que acolhe cerca de um quarto da população alemã (quase 18 milhões de habitantes), são o primeiro grande teste eleitoral de Merz desde que assumiu a liderança do Governo no país. O estado mais populoso do país inclui a zona industrial do Vale do Ruhr e cidades como Duisburgo, Düsseldorf, Essen, Dortmund, Colónia, Bona, Wuppertal, Münster e Bielefeld, mas também áreas rurais, sendo considerado um barómetro político para a Alemanha.
Com uma participação de 59%, o sufrágio na Renânia do Norte-Vestefália elege cerca de 20.000 lugares, nomeadamente de presidência de câmara, em mais de 320 municípios.
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