As autoridades de saúde da província moçambicana de Nampula confirmaram, esta sexta-feira, a morte de seis pessoas e o ferimento de mais de uma dezena de cidadãos em consequência das manifestações que estão a ser levadas a cabo pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) nas cidades de Nampula e Nacala. O maior partido da oposição contesta os resultados oficiais das eleições autárquicas de 11 de outubro. Em Maputo não há dados sobre feridos.
Dos seis mortos confirmados, quatro perderam a vida na cidade de Nampula, vítimas de balas, e dois em Nacala-Porto. Relativamente ao número de feridos, o Hospital Central de Nampula confirma nove, entre ligeiros e graves, incluindo uma criança de 12 anos com quatro perfurações de balas da polícia. Em Nacala-Porto, as autoridades de saúde confirmam também a entrada de sete feridos.
Os responsáveis pela saúde têm sido muito conservadores no que respeita à divulgação de número de mortes. Na verdade, a quantidade de baixas pode ser bem superior ao que foi anunciado.
As cidades de Nampula e Nacala-Porto viveram um cenário de guerra urbana, com agentes da autoridade a disparar, enquanto a população bloqueava estradas e queimava pneus para dificultar a passagem de carros da polícia. Dos confrontos resultou um agente da polícia gravemente ferido, tendo também circulado a informação de que teria morrido.
Vandalismo e lojas fechadas
Em Nacala-Porto, os tumultos começaram na quinta-feira, após a divulgação de resultados pela Comissão Nacional de Eleições. A agitação durou toda a noite, tendo-se prolongado até ao final do dia de sexta-feira. Em Maputo, ainda não há informações sobre feridos, mas a STV, uma das principais estações televisivas moçambicanas, mostrou imagem de jovens feridos durante os disparos da polícia.
Também houve manifestações noutras cidades e vilas, como Quelimane e Alto Molócuè, na província da Zambézia. Na ilha de Moçambique e em Angoche, na província de Nampula, as tentativas de manifestações foram abortadas pela Unidade de Intervenção Rápida, uma força especial da Polícia.
Durante as manifestações, bens de privados foram vandalizadas, nomeadamente lojas e viaturas. O comércio em Nampula, Nacala-Porto e Maputo ficou paralisado.
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