O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, garantiu esta quinta-feira “total apoio” da União Europeia (UE) ao Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, horas depois de militares terem anunciado ter derrubado o regime, e condenou “qualquer tentativa de desestabilização”.
“Falei com o Presidente Mohamed Bazoum e assegurei-lhe o total apoio da UE. Condenamos veementemente qualquer tentativa de desestabilização do Níger”, reagiu Charles Michel, numa publicação na rede social X (até agora Twitter).
Sublinhando que a UE “se associa às declarações” da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Charles Michel defendeu ainda “apoio à ordem constitucional”.
O Presidente do Níger – que se encontra na capital do país, Niamey –, e o chefe da diplomacia nigerina, Hassoumi Massoudou, rejeitaram o golpe de Estado no país, afirmando, em mensagens separadas, que continuam a representar as autoridades legítimas.
Militares do Níger afirmaram na quarta-feira à noite ter derrubado o regime do Presidente Mohamed Bazoum, através de um comunicado lido na televisão nacional em Niamey, em nome de um Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria.
Os militares justificaram o golpe com a “contínua deterioração da situação de segurança e má gestão económica e social” e sublinharam que “todas as instituições” da República estão suspensas.
“Pede-se a todos os parceiros estrangeiros que não interfiram”, acrescentaram, decretando ainda o encerramento das fronteiras e a entrada em vigor de um recolhimento obrigatório “até que a situação estabilize”, entre as 22:00 e as 05:00 “em todo o território até nova ordem”.
O acesso ao palácio presidencial do Níger em Niamey estava bloqueado desde quarta-feira de manhã e a estrada que conduz ao edifício fechada ao trânsito por elementos da guarda presidencial.
O Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido durante a manhã de quarta-feira por membros da guarda presidencial na sequência do fracasso das conversações sobre pontos que permanecem desconhecidos.
Na sua conta na rede social X (ex-Twitter), Mohamed Bazoum escreveu que alguns elementos da guarda presidencial se envolveram numa “manifestação antirrepublicana” e tinham tentado obter o apoio das outras forças de segurança.
Na mesma mensagem, Mohamed Bazoum assegurava que ele e a sua família estavam bem, mas o exército e a guarda nacional estavam prontos para atacar se os revoltosos não mudassem de ideias.
No entanto, a situação atual do Presidente gerou dúvidas, já que organizações internacionais como a CEDEAO e a Francofonia exigiram a libertação do chefe de Estado nigerino.
Os EUA e a UE já reclamaram igualmente a libertação do chefe de Estado nigerino.
O Níger é um dos países mais pobres do mundo, sofrendo com a violência ‘jihadista’ e também com os efeitos das alterações climáticas e da crise alimentar que afeta milhões de pessoas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt