Internacional

Brasil é o quarto país mais mortal para defensores do ambiente

Quase metade das tentativas de assassínio em 2024 no Brasil visaram povos indígenas
Quase metade das tentativas de assassínio em 2024 no Brasil visaram povos indígenas
WELL KUMARUWARA&REUTERS

No total, a Global Witness contabilizou 146 assassínios ou desaparecimentos prolongados de ativistas ambientais em 2024, o que equivale a três por semana.

O Brasil foi em 2024 o quarto país mais perigoso para defensores do ambiente, segundo um relatório da organização não-governamental Global Witness, divulgado esta terça-feira.

De acordo com o documento, 12 ativistas ambientais foram assassinados no Brasil no ano passado, entre os quais seis pequenos agricultores, quatro indígenas e um afrodescendente.

Menos mortes, mais intimidação

Embora o número de vítimas mortais tenha caído face a 2023 (25 mortes), a ONG alerta para o aumento de ameaças de morte, tentativas de homicídio e intimidação.

Citando dados da Comissão Pastoral da Terra, a Global Witness registou 481 tentativas de assassínio: 44% contra indígenas e 27% contra comunidades quilombolas (descendentes de escravos fugitivos que formaram comunidades autossustentáveis).

Desde 2012, pelo menos 413 defensores da terra e do ambiente foram mortos ou desapareceram no Brasil, incluindo 36 afrodescendentes.

América Latina continua a ser a região mais afetada

No total, a Global Witness contabilizou 146 assassínios ou desaparecimentos prolongados de ativistas ambientais em 2024, o que equivale a três por semana. Apesar de ser um valor inferior a 2023 (196 casos), a ONG alerta que o problema pode estar subestimado em vários países.

Mais de 80% dos casos ocorreram na América Latina. A Colômbia foi o país mais mortífero, com 48 homicídios confirmados (menos que os 79 de 2023), representando um terço do total global.

A violência está associada sobretudo à produção agrícola ilegal, mineração e tráfico de droga, agravada pela presença de grupos armados e pela “cultura do silêncio”.

Outros países no topo do ranking

Segundo o relatório, depois da Colômbia, os países mais perigosos foram:

  • Guatemala: 20 homicídios
  • México: 19 homicídios
  • Brasil: 12 homicídios
  • Filipinas: 8 homicídios

Desde 2012, quando começou o censo da Global Witness, já foram registados 2.253 ativistas ambientais mortos ou desaparecidos em todo o mundo.

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