Despedimentos, partilha de informações pessoais, ameaças de deportação: resposta da extrema-direita a quem celebrou morte de Charlie Kirk

Expose Charlie's Murderers (Expor os Assassinos de Charlie, em português), é o nome de um website que reúne informações sobre autores de publicações que celebrem ou desrespeitem a morte do ativista conservador Charlie Kirk.

O website, que, segundo a CNN, conta já com cerca de trinta mil denúncias, foi registado sob um domínio anónimo e tem vindo a tornar públicas informações pessoais que permitem identificar os autores destes comentários, uma prática conhecida como ‘doxing’. A plataforma, cujo acesso se encontra indisponível em Portugal, pretende transformar-se num banco de dados digital, onde seja
possível pesquisar e filtrar os denunciados por localização e sector de atividade profissional.

Membros do governo norte-americano e ativistas republicanos têm-se dedicado também a fazer o mesmo tipo de denúncias. O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, utilizou a sua conta na rede social X para reforçar esta intimidação visando os cidadãos estrangeiros. “Os que glorificam a violência e o ódio não são bem-vindos” ao país, escreveu, referindo-se àqueles que “louvam, racionalizam ou não levam a sério” a morte do jovem, conforme cita a Reuters.

Não será apenas uma ameaça. Segundo O Globo, Landau revogou e impediu o acesso ao visto americano a um neurocirurgião brasileiro que teria aplaudido o autor do assassinato de Kirk nas suas redes sociais.

Os esforços conduzidos pela ala conservadora norte-americana, com o objetivo de incentivar o despedimento das pessoas visadas, estão a dar resultado. Há registo de, pelo menos,15 despedimentos e suspensões, tanto no sector público quanto no privado, avança a Al Jazeera. Entre eles, consta o afastamento do analista político da MSNBC, Matthew Dowd, por insinuar que o assassinato de Kirk teria sido consequência das ideologias defendidas pelo próprio jovem e pelo partido que representa, noticia a Variety.