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“Um mau acordo é melhor do que nenhum acordo”, mas extrema-direita israelita ameaça fazer cair Netanyahu. Em Gaza, nem todos festejam

“Um mau acordo é melhor do que nenhum acordo”, mas extrema-direita israelita ameaça fazer cair Netanyahu. Em Gaza, nem todos festejam
AHMAD GHARABLI/Getty Images

O antigo negociador de reféns Gershon Baskin, que ficou famoso por mediar, informal mas efetivamente, o processo de libertação do soldado israelita Gilat Shalit, continua a sua demanda por um acordo de paz que traga para Israel todos os reféns. Não é isso que prevê o texto que está em cima da mesa: alguns reféns serão libertados agora, outros numa segunda fase. Mas um acordo mau é preferível à continuação do sofrimento, diz o ativista e académico ao Expresso. Explica também por que razão a extrema-direita em Israel tem menos poder do que há dois ou três meses

“Um mau acordo é melhor do que nenhum acordo”, mas extrema-direita israelita ameaça fazer cair Netanyahu. Em Gaza, nem todos festejam

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Ninguém sabe que reféns estão vivos, quantos corpos há para trazer para casa, quantos reféns levados pelo Hamas para Gaza estão soterrados com os palestinianos que residiam nos prédios que foram bombardeados durante os quase 16 meses de guerra entre Israel e o Hamas. Um novo estudo da revista “The Lancet” mostra que as mortes em Gaza podem ser 41% superiores às que têm sido registadas pelo Ministério de Saúde controlado pelo Hamas, já que as autoridades locais não estão a conseguir manter registos diários e atualizados.

Além das mortes, cerca de dez mil pessoas estão desaparecidas, a maioria debaixo das várias ruínas de Gaza, segundo a ONU. “Quando o Hamas diz que não sabe onde estão os reféns, acredito. Não há razão para duvidar, porque seria do interesse deles apresentar uma lista o mais longa possível com reféns vivos, argumenta Gershon Baskin, diretor da Organização das Comunidades Internacionais para o Médio Oriente e negociador envolvido na libertação, em 2011, do soldado israelita Gilad Shalit do cativeiro do Hamas. Cerca de 80% dos edifícios foram bombardeados e destruídos. “As famílias das pessoas em Gaza não sabem onde estão os seus parentes. É provável que estejam debaixo do entulho, tal como alguns reféns.”

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