Internacional

Emmanuel Macron recusou demitir-se, prometeu nomear novo primeiro-ministro nos próximos dias e acusou Marine de só pensar nas presidenciais

Emmanuel Macron dirigiu-se aos franceses num discurso transmitido pela televisão
Emmanuel Macron dirigiu-se aos franceses num discurso transmitido pela televisão
Christian Hartmann / Reuters

O Presidente francês dirigiu-se à nação, horas após aceitar o pedido de demissão do primeiro-ministro Michel Barnier. Acusado de ser o principal responsável pela instabilidade política que o país vive, devolveu a acusação: “A extrema-direita e a extrema-esquerda uniram-se numa frente anti-republicana”

Margarida Mota

Jornalista

O Presidente francês dirigiu-se, esta quinta-feira, à nação, cerca das 20 horas (19 horas em Portugal Continental), na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro, Michel Barnier. Acusado de ser o principal responsável pela instabilidade política que o país atravessa, Emmanuel Macron recusou demitir-se.

“O mandato que me foi confiado democraticamente é um mandato de cinco anos e irei exercê-lo integralmente até ao seu termo”, garantiu o chefe de Estado francês.

“A minha responsabilidade exige garantir a continuidade do Estado, o bom funcionamento das nossas instituições, a independência do nosso país e a proteção de todos vós”, acrescentou.

Novo primeiro-ministro em breve

Macron anunciou que nomeará um novo primeiro-ministro “nos próximos dias”. “Vou encarregá-lo de formar um governo de interesse geral que represente todas as forças políticas de um arco governativo que nele possa participar ou, pelo menos, que se comprometa a não o censurar”, disse.

Embora a moção de censura, que fez cair o Barnier, tenha deixado o país sem orçamento para 2025, o Presidente garante que será apresentada uma lei temporária especial antes de meados de dezembro no Parlamento que permitirá "a continuidade dos serviços públicos e a vida do país”.

Marine só pensa nas presidenciais

Num discurso que durou cerca de dez minutos, Macron aproveitou para criticar as fações políticas que viabilizaram a moção de censura. “A extrema-direita e a extrema-esquerda uniram-se numa frente anti-republicana”, disse. “Sei que algumas pessoas se sentem tentadas a culpar-me por esta situação. É muito mais confortável.”

E acusou o partido de Marine Le Pen de ter “optado pela desordem”. “Só pensam numa coisa: nas eleições presidenciais, em prepará-las, em provocá-las, em apressá-las.”

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