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Vice-presidente dos Estados Unidos admite "consequências" se Israel invadir Rafah

Kamala Harris durante um evento, a 18 de março, a propósito da celebração do "Mês das Mulheres"
Kamala Harris durante um evento, a 18 de março, a propósito da celebração do "Mês das Mulheres"
Anna Moneymaker/ Getty images

“Não há para onde essas pessoas possam ir”, afirmou Kamala Harris à cadeia televisiva ABC News este domingo e se o governo de Benjamin Netanyahu insistir em avançar sobre o território onde se encontram mais de 1,4 milhões de pessoas, os norte-americanos poderão não permanecer impassíveis

Vice-presidente dos Estados Unidos admite "consequências" se Israel invadir Rafah

Expresso

com lusa

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, sugeriu que pode haver “consequências” para Israel se o governo de Benjamin Netanyahu insistir em avançar com uma ofensiva militar planeada sobre o território palestiniano de Rafah. As declarações constam de uma longa entrevista concedida por Kamala Harris à cadeia televisiva norte-americana ABC News, emitida este domingo.

Localizado na fronteira sul de Gaza com o Egipto, estima-se que Rafah tenha atualmente cerca de 1,4 milhões de habitantes. "Deixe-me dizer uma coisa: estudei os mapas. Não há lugar para essas pessoas irem”, afirmou à correspondente da ABC News no Congresso dos Estados Unidos.

“Fomos claros em múltiplas conversas e, em todos os sentidos, qualquer grande operação militar em Rafah seria um grande erro", afirmou a vice-presidente dos Estados Unidos numa parte da entrevista emitida este domingo no programa “This Week”.

A jornalista insistiu e quis saber se os Estados Unidos considerariam adotar “consequências” se Netanyahu avançasse – algo que o primeiro-ministro israelita já disse estar disposto a fazer apesar da oposição norte-americana. “Bem, vamos dar um passo de cada vez, mas temos sido muito claros em termos da nossa perspetiva sobre se isso deve ou não acontecer”, respondeu Kamala Harris.

Perante nova pergunta, o tom da resposta é mais assertivo: "Descarta o surgimento de consequências por parte dos Estados Unidos?” “Não descarto nada”, respondeu a vice-presidente de Joe Biden.

As observações de Harris surgem horas depois de Netanyahu ter reiterado ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que Israel atacará Rafah mesmo sem o apoio de Washington. "Não há forma de derrotar o Hamas sem ir a Rafah e eliminar o resto dos batalhões que lá se encontram", afirmou. "Disse-lhe [a Blinken] que espero que o façamos com o apoio dos Estados Unidos, mas se for necessário, fá-lo-emos sozinhos", acrescentou.

Após o ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e duas centenas de reféns, Israel tem em curso uma ofensiva em Gaza que provocou mais de 32.000 mortos, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde do Hamas.

O grupo islamita palestiniano, que controla Gaza desde 2007, é classificado como uma organização terroristas por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

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