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Putin consegue 88% dos votos com um quarto das mesas contadas

Putin consegue 88% dos votos com um quarto das mesas contadas
Anadolu/Getty Images

O segundo candidato mais votado foi o comunista Nikolai Kharitonov, com 4% dos votos, seguido do representante do partido Novo Povo, Vladislav Davankov, com 3,86%. O último candidato é o ultranacionalista Leonid Slutski, com 3% dos votos. Polónia reage e considera que as eleições russas "não são legais"

O Presidente russo, Vladimir Putin, reúne 87,97% dos votos nas eleições presidenciais, quando estão contadas cerca de um quarto das mesas de voto, anunciou a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia.

Putin concorre nas presidenciais, que começaram na sexta-feira e terminam este domingo, ao seu quinto mandato como chefe de Estado da Rússia.

A eleição deverá mantê-lo no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional feita em 2020.

Com estes resultados, Putin obtém a sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000, apesar da guerra na Ucrânia e das sanções económicas do Ocidente.

O segundo candidato mais votado foi o comunista Nikolai Kharitonov, com 4% dos votos, seguido do representante do partido Novo Povo, Vladislav Davankov, com 3,86%. O último candidato é o ultranacionalista Leonid Slutski, com 3% dos votos.

A oposição ao Kremlin não pôde concorrer às eleições, uma vez que a comissão eleitoral não registou os seus candidatos por várias razões técnicas ou questões formais, devido ao seu apoio à paz na Ucrânia.

A CEC, que não convidou observadores ocidentais, negou este domingo a existência de irregularidades graves, embora peritos independentes e a imprensa do exílio tenham denunciado vários casos de manipulação eleitoral.

A taxa de participação, a três horas do encerramento das urnas, era superior a 74%, o que deverá constituir um máximo histórico desde as primeiras eleições presidenciais diretas na Rússia, em 1991.

A oposição manifestou suspeitas quanto à utilização maciça de recursos administrativos, depois de mais de metade dos 112 milhões de eleitores registados terem votado nos dois primeiros dias.

Milhares de russos críticos do Kremlin acorreram às urnas ao meio-dia de hoje para votar em massa na Rússia e no estrangeiro, numa manifestação coordenada de repulsa da oposição contra as políticas de Putin e a guerra na Ucrânia.

O antigo Presidente russo Dmitry Medvedev já saudou a "vitória retumbante" de Vladimir Putin, enquanto a televisão estatal sublinhou o "apoio colossal" ao líder do Kremlin.

"Felicito Vladimir Putin pela sua vitória retumbante", escreveu Medvedev, número dois do Conselho de Segurança russo e que ocupou a Presidência de 2008 a 2012, com Vladimir Putin como primeiro-ministro.

As eleições têm sido marcadas por ataques de drones e incursões na fronteira ucraniana, que causaram várias mortes e levaram Putin a acusar Kiev de tentar torpedear a sua reeleição.

Polónia reage aos primeiros números divulgados

A Polónia defendeu este domingo que as eleições presidenciais russas "não são legais", após os primeiros dados divulgados pela Comissão Eleitoral Central (CEC) darem quase 88% dos votos ao atual Presidente, Vladimir Putin.

"As eleições presidenciais na Rússia não são legais, livres e justas", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco em comunicado, acrescentando que o escrutínio teve lugar "num contexto de forte repressão" e nas regiões ocupadas da Ucrânia, em violação do direito internacional.

Notícia atualizada com a reação da Polónia

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