Internacional

Chéquia: ataque a tiro numa universidade em Praga faz pelo menos 15 mortos

Perímetro policial montado no centro de Praga, junto da Universidade Charles
Perímetro policial montado no centro de Praga, junto da Universidade Charles
MICHAL CIZEK

Polícia checa avança que atirador foi “eliminado”. Autoridades confirmam que há pelo menos 15 mortos e 24 feridos, nove dos quais com gravidade

Um ataque a tiro numa universidade em Praga, na Chéquia, fez na tarde desta quinta-feira pelo menos 15 mortos (incluindo o atirador) e 24 feridos, nove dos quais em estado grave.

Informações avançadas inicialmente pela polícia nas redes sociais davam conta de “vários” mortos e feridos e que o atirador já foi “eliminado”. “O edifício inteiro está a ser evacuado e há vários mortos e dezenas de feridos”, escrevem as autoridades numa das primeiras atualizações à comunidade feita através da rede social X.

Numa conferência de imprensa realizada cerca de 2h45 após o ataque, a polícia atualizou para 15 o número de vitimas, indicando que este poderá não ser o balanço final. O responsável da polícia, Martin Vondrášek, disse aos jornalistas que o atacante era um jovem de 24 anos, estudante nesta universidade, que vivia numa pequena cidade a 21 km de Praga.

O pai do jovem terá sido encontrado morto horas mais cedo. Segundo a polícia, o jovem deveria ter frequentado uma aula às 14h, tendo o edifício onde era esperado sido evacuado. No entanto, o jovem deslocou-se a outro edifício da mesma universidade onde abriu fogo.

O atirador terá sido inspirado por ataques semelhantes ocorridos noutros países. As autoridades estão ainda a analisar as comunicações dos jovem, mas há indícios que terá nomeadamente sido inspirado pelo recente ataque em Bryansk, na Rússia, no qual uma jovem de 14 anos abriu fogo durante uma aula de biologia, matando duas pessoas.

Tudo indica que terá agido sozinho. “Foi um ataque violento premeditado”, disse o responsável da polícia. A falar na mesma conferência, o ministro do Interior, Vít Rakušan, adiantou que não há indícios de ligações terroristas.

Segundo os órgãos de comunicação checos, o atirador terá cometido suicídio quando a polícia chegou ao local. Martin Vondrášek confirmou que o “corpo sem vida” foi encontrado no interior da faculdade.

De acordo com o Novinky.cz, o ataque aconteceu pelas 15h da tarde (14h em Lisboa) na Faculdade de Artes da Universidade Charles, localizada no centro da capital junto à histórica Ponte Carlos, um dos monumentos turísticos mais procurados da cidade. Na faculdade estavam ainda a decorrer aulas, uma vez que a pausa de Natal só começa no final desta semana.

Nas redes sociais, estudantes e trabalhadores da faculdade partilharam nas redes sociais que estavam trancados nas salas de aulas. Na rede social X, Jakob Weizman, um jornalista a estudar em Praga, partilhou fotografias do interior da faculdade que mostram como os estudantes se barricaram no interior do edifício. Outras filmagens partilhadas na mesma plataforma mostram o aparato policial e pessoas a fugir no exterior do edifício.

Algumas das fotografias a circular nas redes sociais mostram ainda vários estudantes escondidos no parapeito das janelas. Há ainda registos fotográficos do alegado atirador no telhado do edifício.

Num primeiro momento, a polícia apelou aos residentes para que permanecessem em casa e evitassem circular na zona da faculdade. No entanto, hora e meia após esta primeira comunicação, o ministro do interior, Vít Rakušan, falou ao canal ČT24 indicando que já não existe perigo eminente.

Em reação à notícia, o primeiro-ministro checo, Petr Fiala já anunciou que cancelou a agenda e vai regressar à cidade. O governo irá realizar uma reunião de emergência ainda esta quinta-feira.

Já o Presidente, Petr Pavel, afirmou-se “chocado” e lamentou o incidente. Também o autarca de Praga, Bohuslav Svoboda, disse estar “completamente em choque” pelo sucedido, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros já partilhou as suas condolências para com as famílias das vítimas.

Ursula von der Leyen recorreu à mesma plataforma para lamentar a “violência sem sentido” deste ataque. “Estamos e lamentamos convosco”, escreveu a presidente da Comissão Europeia na X.

[atualizado pela última vez às 18h41]

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