Internacional

Países Baixos: sondagens à boca das urnas apontam para maioria de extrema direita populista e anti-Islão

André Ventura cumprimenta Geert Wilders na 5ª Convenção Nacional do Chega, realizada em Santarém em janeiro de 2023
André Ventura cumprimenta Geert Wilders na 5ª Convenção Nacional do Chega, realizada em Santarém em janeiro de 2023
TIAGO MIRANDA

Partido pela Liberdade deverá conseguir maior número de assentos nas eleições legislativas dos Países Baixos, embora sem conseguir formar governo sozinho e enfrentando dificuldades em construir coligações

Os Países Baixos votaram esta quarta-feira para as eleições legislativas e as sondagens à boca das urnas apontam para uma vitória da extrema-direita. Segundo a sondagem da Ipsos, o Partido pela Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, deverá conseguir 35 lugares no parlamento, mais oito lugares do que o seu principal rival.

A coligação aliança entre o Partido Trabalhista (PvdA) e os Verdes (GroenLinks - GL), liderada por Frans Timmermans, deverá alcançar 26 lugares. Já o terceiro melhor resultado deverá ficar para o NSC (partido “Novo Contrato Social”), com 20 lugares.

Uma segunda sondagem, divulgada cerca de 40 minutos depois da primeira, aponta igualmente para que o Partido pela Liberdade consiga 35 assentos. Segundo o Guardian, esta segunda previsão deixa a coligação Verdes-Trabalhistas muito próximos do Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD, partido da ministra da Justiça, Dilan Yeşilgöz-Zegerius) com 25 e 24 assentos respetivamente.

A confirmar-se a vitória do PVV, aponta a BBC, a nova composição do parlamento irá abalar a política nos Países Baixos. Apesar de conseguir o melhor resultado, prevê-se que o partido populista da extrema direita e anti-Islão tenha dificuldades em encontrar parceiros para formar governo. Vários partidos garantiram ainda antes da ida às urnas que não se coligariam com o partido de Geert Wilders. Nenhum partido deverá conseguir lugares suficientes para governar sozinho.

Nas redes sociais, Geert Wilders publicou um vídeo de celebração em reação à primeira sondagem da noite. Já Frans Timmermans deixou uma mensagem de apoio àqueles que se possam sentir alienados pelo PVV. “Se nos próximos dias encontrarem pessoas no vosso bairro, escola ou trabalho que pensem: ainda pertenço aqui? Então digam claramente: SIM.”

Também na rede social X, os políticos de extrema-direita europeus começaram já a parabenizar Geert Wilders pela esperada vitória. André Ventura dá os parabéns ao “amigo”, “É o último sinal : a seguir será Portugal!”

“Os ventos de mudança chegaram”, escreveu o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban.

Marine Le Pen considerou que a “performance espetacular” do PVV “confirma o crescente apego à defesa das identidades nacionais”.

“Uma nova Europa é possível”, afirmou o italiano Matteo Salvini, que partilhou uma fotografia com Geert Wilders.

Já Harald Vilimsky, líder do Partido pela Liberdade da Áustria diz: “Os nossos parceiros políticos e amigos estão à frente em quase todo o lado. Estou feliz e dou os parabéns!”.

Por sua vez, o partido “Alternativa para a Alemanha” também já reagiu. “Em todo o lado na Europa, os cidadãos querem uma mudança política”.

[em atualização]

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: calmeida@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate