
O sonho do Presidente guineense em se tornar um homem forte ganhou novo impulso
O sonho do Presidente guineense em se tornar um homem forte ganhou novo impulso
Grande repórter
Não era preciso estar de orelha colada ao rádio para entender por onde Marcelo Rebelo de Sousa iria andar em Bissau. Nos dias que antecederam a primeira visita de Estado de um Presidente português em mais de três décadas, bastava seguir a coreografia em curso. Havia máquinas a aplanar com terra os buracos das ruas, muitas não asfaltadas, para suavizar a vida da comitiva. Pilhas de lixo foram removidas das bermas. Na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga o aeroporto ao centro da cidade, uma longa sequência de bandeiras de Portugal e da Guiné-Bissau foi montada no separador central. Desde a véspera, viam-se autocarros a sair para as regiões em busca de povo, enquanto um camião de caixa aberta carregado de animadores e música anunciava pelos bairros o que todos já sabiam.
Ainda assim, era preciso conhecer o chefe de Estado português para entender não onde, mas como iria passar. Quando o avião da Força Aérea Portuguesa aterrou, vindo de uma curta visita a Cabo Verde, levava quase duas horas de atraso e a escuridão cobria grandes partes da cidade. Milhares de pessoas ao longo da avenida tinham suportado intensa exposição ao sol e ao calor. A festa tão bem programada era um fracasso iminente.
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