Internacional

Portugal disponível para acolher migrantes de Lampedusa

Fila para a entrada no centro de acolhimento de Lampedusa em setembro de 2023
Fila para a entrada no centro de acolhimento de Lampedusa em setembro de 2023
ZAKARIA ABDELKAFI

O Governo português comunicou a Itália disponibilidade para acolher alguns dos migrantes que desembarcaram nos últimos dias em Lampedusa. Número ainda está em aberto

Portugal disponível para acolher migrantes de Lampedusa

Susana Frexes

Correspondente em Bruxelas

O Secretário de Estado dos Assuntos Europeu diz que Portugal está disponível para acolher "alguns migrantes" que estão em Lampedusa e já comunicou essa possibilidade a Itália.

"Não estou ainda em condições de lhe dar um número, mas já manifestamos a disponibilidade para acolher algumas pessoas", adiantou Tiago Antunes aos jornalistas, em Bruxelas, no final de uma reunião de ministros dos Assuntos Europeus.

O apoio a Itália será feito através do mecanismo voluntário de solidariedade que prevê que Portugal possa acolher 350 pessoas. Até agora, terá acolhido cerca de meia centena, o que significa que pode ainda acolher - em teoria - três centenas. No entanto, ainda não é certo quantas poderão vir de Lampedusa.

"Portugal já no passado assumiu o compromisso, no âmbito do mecanismo europeu de solidariedade. Temos sempre expressado a nossa solidariedade e disponibilidade para acolher migrantes quando estas situações ocorrem".

Na última semana terão desembarcado na ilha de Lampedusa, em Itália, mais de 10 mil pessoas, aumentando a pressão migratória sobre o país e levando o governo da primeira-ministra Georgia Meloni a pedir apoio e uma solução europeia.

Governos e Parlamento Europeu tentam chegar a acordo sobre o novo Pacto para as Migrações - incluindo a reforma da política de asilo - antes das eleições de 9 de junho de 2024. O tema é um dos mais controversos na UE e há anos que os 27 se arrastam num impasse.

O novo Pacto prevê um mecanismo de solidariedade obrigatório para repartir o fardo do acolhimento de refugiados entre os 27. Quem não quiser acolher estas pessoas terá de contribuir financeiramente para os que o fazem. Vários países, como Polónia ou Hungria são abertamente contra este tipo de mecanismos de solidariedade.

Enquanto se tenta chegar a acordo, vale o mecanismo de acolhimento voluntário e cabe a Itália lidar com os pedidos de asilo e expulsar quem não cumprir os critérios de acolhimento.

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