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“Os restaurantes fecharam, em plena época alta, para cozinhar para estas pessoas”. Lampedusa recebeu mais de 8000 migrantes em três dias

Um migrante olha para pela janela de um autocarro que o leva ao centro de acolhimento de Lampedusa, uma ilha italiana que fica perto do norte de África e tem recebido dezenas de barcos de migrantes
Um migrante olha para pela janela de um autocarro que o leva ao centro de acolhimento de Lampedusa, uma ilha italiana que fica perto do norte de África e tem recebido dezenas de barcos de migrantes
ZAKARIA ABDELKAFI

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ganhou as eleições prometendo um maior controlo de fronteiras, porém o número de chegadas a Itália não pára de aumentar e é já o dobro do registado no mesmo período do ano passado. A Lampedusa chegaram mais de 8000 pessoas em três dias desta semana. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está de visita à ilha, enquanto filas enormes de migrantes enchem a principal rua à espera de assistência humanitária. Os lampedusanos voltaram a unir-se para ajudar as pessoas, como conta ao Expresso o ativista português Miguel Duarte, que está no local em missão de resgate

“Os restaurantes fecharam, em plena época alta, para cozinhar para estas pessoas”. Lampedusa recebeu mais de 8000 migrantes em três dias

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Não se pode dizer que sejam cenários reminiscentes da crise migratória de 2014 e 2015 porque, na verdade, nem aí chegaram tantas pessoas à ilha italiana de Lampedusa em tão pouco tempo.

Mais uma vez, os habitantes de Lampedusa, que já tinham sido colectivamente nomeados para o Prémio Nobel da Paz em 2013, parecem ter recebido sem pânico os mais de 8000 migrantes que chegaram à ilha nos últimos três dias. Miguel Duarte, um dos fundador da organização Humans Before Borders que há vários anos está presente em diversas missões de ajuda humanitária no Mediterrâneo está em Lampedusa e contou ao Expresso o que viu durante estes dias. “Só na terça-feira chegaram 110 barcos a Lampedusa, e o chamado hot spot, que é uma prisão de onde as pessoas não podem sair até serem levadas para Itália Continental, ficou rapidamente sobrelotado. A certa altura estavam aqui 9000 pessoas e as autoridades estavam a tentar empurrá-las para dentro desse local mas não conseguiram, então elas começaram a dirigiram-se ao centro da cidade"

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