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Tensão volta à ilha dividida de Chipre

Bandeiras da Turquia e da República Turca de Chipre do Norte, junto a uma torre de vigia da ONU, em Nicósia
Bandeiras da Turquia e da República Turca de Chipre do Norte, junto a uma torre de vigia da ONU, em Nicósia
AMIR MAKAR / AFP / GETTY IMAGES

Detenção de capacetes azuis da ONU por forças do norte de Chipre expõe ausência de uma solução para este território da UE

Tensão volta à ilha dividida de Chipre

José Pedro Tavares

Correspondente em Ancara

Depois de alguns anos de acalmia, a tensão voltou à linha verde que separa a República Turca de Chipre do Norte, só reconhecida pela Turquia, e a República de Chipre, o governo soberano desse país da União Europeia (UE), reconhecido pela comunidade internacional. Há duas semanas alguns capacetes azuis da ONU, que patrulham os 180 km da zona-tampão que separa as duas partes desta ilha, foram detidos por polícias cipriotas turcos quando inspecionavam a construção de uma estrada na zona de fronteira, que a ONU e a República de Chipre dizem ser ilegal. Três capacetes azuis e oito polícias cipriotas turcos ficaram feridos, quando buldózeres cipriotas turcos avançaram sobre os veículos das Nações Unidas e as barreiras de cimento e arame farpado na zona de separação entre os dois lados de Chipre.

O governo de Lefkosa (a parte turca da capital dividida, Nicósia) diz que a estrada é essencial para que os cipriotas turcos que habitam na aldeia de Pyla — a única aldeia mista existente dentro da longa zona-tampão, que mantém uma comunidade de cipriotas turcos e gregos, tenham acesso ao seu “país” sem passar por um checkpoint. Ersin Tatar, o Presidente cipriota turco, nacionalista, prometeu que a estrada “será construída custe o que custar”, mas nos últimos dias as autoridades cipriotas turcas têm continuado as obras apenas no seu território, sem invadir a linha verde.

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