Internacional

Israel critica Guterres por condenar operação militar em Jenin

O embaixador de Israel nas Nações Unidas criticou o secretário-geral da ONU, António Guterres, pela condenação do país por uso excessivo da força na operação militar visando um campo de refugiados na Cisjordânia

O embaixador de Israel nas Nações Unidas criticou o secretário-geral da ONU, António Guterres, pela condenação do país por uso excessivo da força na operação militar visando um campo de refugiados na Cisjordânia.

Segundo a Associated Press, um porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, disse que o secretário-geral transmitiu a sua opinião na quinta-feira e "mantém esses pontos de vista".

Na quinta-feira, António Guterres disse que ficou "profundamente perturbado" com a situação em Jenin, na Cisjordânia ocupada, condenando os "atos de terror" contra civis.

"Condeno fortemente todos os atos de violência contra civis, incluindo atos de terror. Os ataques aéreos e as operações terrestres de Israel num campo de refugiados lotado foram a pior violência na Cisjordânia em muitos anos", disse Guterres, numa declaração à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.

O líder das Nações Unidas sublinhou que os ataques tiveram um impacto significativo sobre civis, com "mais de 100 feridos e milhares forçados a fugir".

Questionado sobre se essa condenação se aplicava a Israel, respondeu: "Aplica-se a todo o uso excessivo de força e, obviamente, nesta situação, houve força excessiva usada pelas forças israelitas".

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, considerou que as afirmações do líder da ONU foram "vergonhosas" e "completamente afastadas da realidade".

Segundo Erdan, a operação militar israelita em Jenin concentrou-se apenas em travar atos terroristas palestinianos "contra civis israelitas inocentes".

Haq disse que Guterres "condena claramente toda a violência que tem afetado os civis em Israel e nos territórios palestinianos ocupados, independentemente de quem seja o perpetrador".

O Conselho de Segurança da ONU discutiu a operação militar israelita em Jenin na sexta-feira, a pedido dos Emirados Árabes Unidos, numa reunião à porta fechada, mas não adotou qualquer posição.

Erdan enviou uma carta aos 15 membros do Conselho e a Guterres antes da reunião dizendo que, no ano passado, 52 israelitas foram mortos por palestinianos e que muitos ataques foram perpetrados a partir de Jenin ou dessa área.

A operação israelita foi a mais importante desde há vários anos na Cisjordânia e mobilizou centenas de soldados.

Doze palestinianos e um soldado israelita morreram durante a operação que foi lançada no início da semana e durou 48 horas.

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