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Autoridades dos EUA temem que Jack Teixeira tenha mais dados confidenciais: "O dano que ainda será capaz de provocar é extraordinário"

Jack Teixeira
Jack Teixeira
Facebook de Jack Teixeira

O militar da Força Aérea norte-americana, acusado de divulgar documentos secretos, tinha um arsenal de armas e pode estar na posse de mais informação sensível, denunciaram os procuradores

O militar da Força Aérea dos EUA Jack Teixeira, acusado de divulgar documentos confidenciais, tinha um arsenal de armas e pode estar ainda na posse de mais informação sensível, denunciaram esta quinta-feira os procuradores.

Os documentos apresentados pelos procuradores encarregados da investigação a este caso revelam que este membro da Guarda Nacional da Força Aérea do Massachusets tem um historial problemático, ligado a episódios de violência.

De acordo com a investigação dos procuradores, Jack Teixeira chegou a ser suspenso do liceu, quando um colega de turma o ouviu a discutir a utilização de 'cocktails' Molotov e outras armas, bem como a fazer declarações com ameaças de violência e racistas.

Mais recentemente, Teixeira usou um computador propriedade do Governo dos EUA para pesquisar sobre tiroteios em massa.

As autoridades norte-americanas acreditam que Teixeira, luso-descendente de 21 anos, constitui uma ameaça à segurança nacional e dizem haver risco de fuga, estando ainda a averiguar se ele terá mantido cópias físicas ou digitais de outra informação classificada, para além da que já foi divulgada.

Um “perigo para a comunidade”, segundo os procuradores

"Não temos condições para garantir que o réu não divulgará informações adicionais ainda em seu conhecimento ou posse. O dano que o réu já causou à segurança nacional dos EUA é imenso. O dano que o réu ainda será capaz de provocar é extraordinário", escreveram os procuradores.

Os procuradores descrevem ainda Teixeira como um perigo para comunidade, dizendo que possuía várias armas e por várias vezes envolveu-se em "discussões preocupantes sobre violência e assassínio" nas redes sociais que frequentava, nomeadamente a Discord, onde parte relevante dos documentos confidenciais foram revelados.

Teixeira está em prisão desde a sua detenção no início deste mês por acusações decorrentes da divulgação ilegal de informação considerada "altamente confidencial", respondendo por crimes ao abrigo da Lei de Espionagem.

Os procuradores disseram que os advogados de Teixeira indicaram que irão pedir ao tribunal para o libertar da cadeia, colocando-o em prisão domiciliária, em casa do pai.

Os processos judiciais contra Teixeira procuram ainda compreender como é que este membro da Guarda Nacional da Força Aérea de Massachusetts teve autorização para aceder a alguns dos segredos mais bem guardados nos Estados Unidos.

Na noite de quarta-feira, a Força Aérea dos EUA anunciou a suspensão do comandante do 102.º Esquadrão de apoio aos serviços de informações, onde Teixeira trabalhava, bem como do comandante administrativo que "supervisionava o apoio à unidade mobilizada sob ordens federais".

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