Internacional

Brasil e Portugal assinaram 10 protocolos: o objetivo é aprofundar as relações bilaterais

Brasil e Portugal assinaram 10 protocolos: o objetivo é aprofundar as relações bilaterais
TIAGO MIRANDA

Ponto por ponto, os chefes de governo e os ministros dos dois países assinaram uma série de acordos em várias áreas para facilitar as relações entre Brasil e Portugal e a vida dos cidadãos e das empresas. Não tivesse Lula da Silva dado um recado pela manhã de que “cabe aos Presidentes abrir as portas”, mas são os ministros que trabalham

Uma tarde de trabalho no Centro Cultural de Belém para reafirmar o interesse em ver ampliados os investimentos brasileiros em Portugal, bem como os investimentos portugueses no Brasil. Lula da Silva, António Costa e as suas respetivas equipas ministeriais, partiram pedra este sábado para assinar uma série de acordos bilaterais. E indicaram como áreas prioritárias para o aprofundamento do relacionamento económico e comercial o setor das infraestruturas, energia, novas tecnologias, saúde, espaço, defesa e mar/oceanos.

A primeira a falar foi a ministra da Saúde do Brasil, Nízia Trindade, que saiu da Cimeira e anunciou que vai ser assinada uma carta conjunta de intenções com sete pontos com a ideia de saúde única, incluindo uma visão alargada do que é a saúde, como a prevenção de forma a não sobrecarregar as urgências, preparar a resiliência dos sistemas de saúde, fortalecer os sistemas públicos e a produção autónoma de matérias primas das vacinas e dos próprios imunizantes. Avançou com uma próxima visita do ministro da Saúde português ao Brasil. De fora do acordo, embora tenha sido abordada, foi a mobilidade dos médicos dos dois países.

Ainda antes da Cimeira acabar já foi divulgada a lista não de 13, mas de 10 instrumentos de cooperação com o objetivo de aprofundar as relações bilaterais, a saber:

- Acordo Complementar ao Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, assinado em Porto Seguro, em 22 de abril de 2000, sobre a concessão de equivalência de estudos no Brasil (ensino fundamental e médio) e em Portugal (ensino básico e secundário);

- Acordo em Matéria de Proteção de Testemunhas;

- Acordo sobre a criação da Escola Portuguesa de São Paulo;

- Ministério da Educação para a criação de mecanismos de cooperação bilateral para o intercâmbio de boas práticas na promoção e defesa dos direitos de pessoas com deficiência;

- Memorando de entendimento no domínio da Energia;

- Memorando de entendimento no domínio da Geologia e Minas

- Memorando de entendimento para Cooperação Internacional entre o Ministério da Saúde, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Ministério da Economia e do Mar e a Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz

- Protocolo de Cooperação entre o Instituto do Cinema e do Audiovisual, de Portugal, e a Agência Nacional do Cinema – Ancine, do Brasil, para o fomento à coprodução cinematográfica.

- Memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da República Portuguesa, a Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e a Agência Espacial Brasileira, para Cooperação de Uso Pacífico do Espaço, Ciências Espaciais, Tecnologias e Aplicações;

- Protocolo entre o Turismo de Portugal e a Embratur e ainda

- Protocolo de cooperação entre a Lusa e a Empresa Brasileira de Comunicações.

Lula e Costa rejeitam invasão

No longo documento enviado aos jornalistas a situação na Ucrânia não fica de fora.

No documento pode ler-se que “os Chefes de Governo enfatizaram o seu compromisso com o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e a resolução pacífica de conflitos. Deploraram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes do seu território como violações do direito internacional”.

Referindo ainda que “lamentaram a perda de vidas humanas e a destruição da infraestrutura civil, bem como o imenso sofrimento humano e o agravamento das vulnerabilidades da economia mundial causados pela guerra”.

E, “expressaram preocupação com os efeitos globais do conflito na segurança alimentar e energética, especialmente nas regiões mais pobres do planeta. Convergiram no apoio ao pleno funcionamento da Iniciativa de Cereais do Mar Negro. Ressaltaram ainda a necessidade de promover uma paz justa e duradoura”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas