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Relatório da Amnistia Internacional: o ano de 2022 podia ter sido o início de uma nova era, mas ficou “marcado pela hipocrisia”

Uma mulher palestiniana reage à demolição da casa de um seu vizinho, que confessou ter morto um israelita. As ações de Israel são um exemplo da dualidade de critérios de que a Amnistia Internacional acusa o Ocidente no relatório de 2022
Uma mulher palestiniana reage à demolição da casa de um seu vizinho, que confessou ter morto um israelita. As ações de Israel são um exemplo da dualidade de critérios de que a Amnistia Internacional acusa o Ocidente no relatório de 2022
JAAFAR ASHTIYEH/Getty Images

Qualquer esperança de que a resposta do mundo à agressão russa pudesse marcar uma nova era para um sistema internacional baseado em valores e no estado de direito esmorece perante as falhas de quase todos os países do mundo em proteger os seus próprios cidadãos. O mais recente relatório da Amnistia Internacional mostra que há uma parte do mundo, há certos povos e certas guerras, que continuam a não merecer a atenção daqueles que têm realmente o poder de mudar alguma coisa

De Leste a Oeste, crimes contra a humanidade continuam a acontecer, sem qualquer sanção ou crítica. Ditadores seguem em piloto-automático pela estrada da impunidade. O ano de 2022 foi o ano em que a guerra voltou em força à Europa. Há nove anos que ela existe no leste da Ucrânia, e é por isso que os ucranianos não chamam só guerra a esta guerra, chamam-lhe “invasão em larga escala”. Já tinha havido outra, mas estava longe, estava congelada, e o Ocidente não quis interferir demasiado.

Longe dos países mais desenvolvidos, centenas de outros conflitos, mais ou menos violentos, com armas de fogo ou armas de controlo social, continuam a contribuir para deterioração das condições de vida de centenas de milhares de pessoas. “O que conseguimos ver pelas provas expostas neste relatório é que a lei humanitária internacional é utilizada conforme dá jeito, conforme o interesse em causa. Quando há interesses económicos em comum, alianças geopolíticas, as coisas fazem-se; mas quando não existem, parece que reina o silêncio. Essa dualidade de critérios acaba por marcar alguma hipocrisia porque não se veem o mesmo tipo de ações para denunciar todos os conflitos”, diz ao Expresso Pedro Neto, diretor da Amnistia Internacional em Portugal.

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