“O sinal mais visível das manifestações é a acumulação de lixo nas ruas. Vês imensa gente a tirar fotos junto do lixo, já se tornou um meme nas redes sociais”, desabafa Tiago Dias, guia turístico de 29 anos que vive nos subúrbios de Paris. Há semanas que milhões de pessoas protestam por toda a França contra a lei que aumenta a idade da reforma de 62 para os 64 anos. As greves afetam sobretudo as escolas, refinarias e postos de combustível. Os serviços mínimos para a recolha do lixo foram ampliados, mas ainda há quase 10 mil toneladas de detritos espalhados pela capital.
O Governo de Élisabeth Borne resistiu esta semana a duas moções de censura (numa delas por apenas nove votos), o que fez subir o tom dos protestos. Já foram detidas centenas de pessoas, as acusações de violência policial proliferam e a oposição critica o Executivo — sem maioria absoluta desde as legislativas de junho de 2022 — por ter usado um mecanismo previsto na Constituição para aprovar leis sem votação na Assembleia Nacional. Instituído nos anos 60, o artigo 49.3 já foi usado dezenas de vezes por Governos (incluindo na presidência de Emmanuel Macron).
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