Internacional

Líder supremo do Irão descobre o perdão e absolve milhares de prisioneiros

Líder supremo do Irão descobre o perdão e absolve milhares de prisioneiros
RODRIGO ANTUNES/Lusa

Muitos dos manifestantes que tinham sido detidos em recentes protestos contra o governo iraniano estarão incluídos na onda de perdões, avançam os órgãos de comunicação social estatais

Perdoar ou comutar sentenças é a nova atitude assumida pelo governo do Irão. As sentenças de um grande número de prisioneiros serão anuladas ou reduzidas a ter em conta a decisão de as incluir numa amnistia anual, segundo avançou este domingo a comunicação social pública. Contudo, ainda não é claro como esta decisão se aplicará aos manifestantes detidos na recente onda de protestos.

O líder supremo do Irão, aiatolá Ali Khamenei, aprovou uma proposta para “perdoar ou comutar” as sentenças de milhares de prisioneiros, mas com exceções. Esta amnistia não deverá ser aplicada aos condenados ou acusados ​​de “espionagem" ou de terem ligações diretas com serviços de inteligência estrangeiros, aos acusados de assassinatos ou de terem causado ferimentos intencionais, bem como aos responsáveis por atos de vandalismo ou por ataques incendiários a instituições do governo, militares ou outras instituições públicas, que deverão ser mantidos à margem dos perdões. A medida também não deverá ser aplicada a nenhum dos numerosos cidadãos com dupla nacionalidade detidos no Irão.

Para justificar a amnistia e referindo-se aos manifestantes, o presidente do tribunal Gholam​-Hossein, Mohseni​-Ejei, citado pelo “Guardian”, disse que “vários condenados presos após os recentes tumultos no Irão foram enganados e cometeram delitos sob a influência da campanha de propaganda do inimigo” e “pediram perdão”.

O anúncio foi feito por Ali Khamenei antes do 44º aniversário da “vitória da Revolução Islâmica”, que será assinalada a 11 de fevereiro. Os protestos contra o governo do Irão foram desencadeados depois da morte de Mahsa Amini , uma jovem curda-iraniana em setembro de 2022, alegadamente por utilizar o véu religioso de forma incorreta.

Ha cerca de um mês, o Irão executou dois manifestantes acusados ​​de matar agentes de segurança e pelo menos quatro pessoas foram enforcadas, segundo o Ministério da Justiça iraniano. Segundo a CNN, pelo menos 43 pessoas estão atualmente a enfrentar sentenças de pena de morte no Irão.

Segundo a agência de notícias ativista HRANA, citada pelo jornal britânico “Guardian”, cerca de 20 mil pessoas foram presas em consequência dos protestos e grupos de direitos humanos dizem que mais de 500 foram mortas no âmbito da repressão que se seguiu às manifestações, incluindo 70 menores.

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