Covid-19. China com 250 milhões de infetados nos primeiros 20 dias de dezembro
As autoridades chinesas estimaram, à porta fechada, o número de infetados em 250 milhões e admitem que metade da população da capital, Pequim, possa já estar infetada
As autoridades chinesas estimaram, à porta fechada, o número de infetados em 250 milhões e admitem que metade da população da capital, Pequim, possa já estar infetada
Jornalista
Nos primeiros vinte dias de dezembro cerca de 250 milhões de cidadãos terão contraído covid-19 na China, de acordo com uma estimativa do governo chinês avançada este sábado, 24 de dezembro, pelo Financial Times.
Avançado à porta fechada numa reunião das autoridades sanitárias chinesas, este número, que representa cerca de 18% da população do país, é muito superior à dimensão oficial da epidemia, que estima em mais de 62 mil os casos sintomáticos de 1 a 20 de dezembro.
Segundo duas fontes ouvidas pelo jornal britânico, o número de 250 milhões de infetados foi avançado pelo vice-diretor do centro de controlo e prevenção de doenças chinês, Sun Yang, na quarta-feira, durante uma reunião à porta fechada de atualização dos números. O responsável adiantou que as taxas de infecção estavam em subida em todo o país.
Além dos números nacionais, na reunião ter-se-á avançado que só na última terça-feira terão contraído o vírus 37 milhões de indivíduos, cerca de 2,6% da população chinesa, e que metade da população de Pequim e de Sichuan estariam atualmente infetadas.
A discrepância é enorme face aos números oficiais, divulgados publicamente pela Comissão Nacional de Saúde chinesa, que anunciou a existência de 62.592 casos sintomáticos nos primeiros vinte dias de dezembro, escreve o Financial Times. Este sábado, anunciou 4103 casos relativos a sexta-feira, sem mortes a registar desde quinta.
Pequim suspendeu as medidas de controlo epidémico que implementou desde o início da epidemia, no final de 2019, passando de confinamentos de milhões de pessoas e de testagens constantes ao fim abrupto da política “covid zero” no início do mês de dezembro.
Os hospitais chineses estão sob grande pressão para lidar com este aumento de casos, registando-se falta de profissionais de saúde e de medicamentos, havendo igualmente falta de capacidade nos crematórios do país.
A nível internacional, a Organização Mundial de Saúde apelou a que a China divulgasse "informações mais pormenorizadas sobre a gravidade da doença e os números de admissões hospitalares e de unidades de cuidados intensivos", de acordo com o seu secretário-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pela Lusa.
De acordo com a agência, a China passou a contabilizar como mortes decorrentes de covid-19 aquelas que resultam de pneumonia ou insuficiência respiratória e suspendeu a contagem oficial de casos depois de interromper o programa de testagem massiva que tinha em curso.
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