Internacional

Sexta condenação à morte no Irão devido a protestos contra uso do véu islâmico

Manifestação pela democracia no Irão este sábado, 19 de novembro, em Lisboa
Manifestação pela democracia no Irão este sábado, 19 de novembro, em Lisboa
RODRIGO ANTUNES

O Tribunal Revolucionário de Teerão condenou este domingo um sexto arguido à morte pela participação nos protestos contra o uso obrigatório do véu islâmico, informou a Mizan Online News, agência noticiosa da Autoridade Judicial

O Tribunal Revolucionário de Teerão condenou este domingo um sexto arguido à morte pela participação nos protestos contra o uso obrigatório do véu islâmico, informou a Mizan Online News, agência noticiosa da Autoridade Judicial.

O arguido foi considerado culpado de ter "puxado de uma faca com a intenção de matar, de semear o terror, de criar insegurança na sociedade durante os recentes motins", explica a Mizan.

O tribunal decidiu que o condenado era um 'mohareb' ('inimigo de Deus' em persa)", acrescentou a agência.

Nos últimos dias, outros cinco "desordeiros" -- conforme a classificação das autoridades judiciais iranianas -, também foram condenados à morte pelo Tribunal Revolucionário. Os arguidos podem recorrer da sentença para o Supremo Tribunal.

A República Islâmica do Irão foi abalada por uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro passado, de Mahsa Amini, uma iraniana curda de 22 anos que estava detida pela polícia moral por quebrar o rígido código de vestuário para as mulheres no país.

As autoridades denunciam "motins" incentivados pelo Ocidente e prenderam milhares de pessoas.

Este sábado, uma iniciativa de apoio “à atual revolução nesse país”, que decorreu em simultâneo em 25 países, incluindo Portugal, apoiando a contestação iraniana. O movimento assinalou também a memória das mais de três mil pessoas mortas nos protestos de 2019, que ficaram conhecidos como “bloody November” ("novembro sangrento") devido à repressão brutal que autoridades exerceram sobre os manifestantes que contestavam o aumento dos preços dos combustíveis e a resposta do governo ao abate do voo 752 da Ukraine International Airlines.

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