Nas primeiras horas da manhã do último domingo, uma moradora do condomínio residencial Pousada dos Bandeirantes, no Alto de Pinheiros, zona nobre de São Paulo, saiu da garagem com seu automóvel. Ia votar. Mas antes de atravessar a cancela da portaria, baixou o vidro e parou para conversar com uma vizinha. “Vamos rezar, ‘tá na mão de Deus”, disse. “Agora, já fizemos nossa parte. Só ‘Ele’ para impedir que a ‘baderna’ volte a este país e que a gente tenha mais quatro anos de tranquilidade”. Baderna, em português do Brasil, é bagunça.
É significativo que a conversa tenha acontecido no Alto de Pinheiros, bairro para o qual o ainda candidato Lula da Silva — do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda) — se mudou a meio deste ano. O facto tornou-se assunto na região, onde, de um modo geral, Lula nunca foi bem vindo nem “digno de morar”.
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