Esta segunda-feira, logo nas primeiras horas da manhã, quem leu a imprensa britânica pôde por momentos acreditar nas possibilidades de viajar no tempo: ali estavam os dois rostos sorridentes de Rishi Sunak e Penny Mordaunt, como em julho, apontados como os dois possíveis sucessores de Liz Truss. O mandato desta terminou de forma não menos espetacular que a de Boris Johnson, ao fim de 44 dias.
Porém, desta vez o vencedor foi mesmo Sunak, que acabou por se vingar dos que queriam a mudança “rápida” que Truss prometeu, quando ele sempre disse que descer os impostos sim, idealmente, mas não pedindo mais dinheiro aos mercados de forma a compensar a lacuna que esse corte iria deixar nas contas públicas.
Durante essa campanha, Sunak, 42 anos, fez tudo para se mostrar como “o adulto na sala” — até repetiu três vezes a palavra “adulto” em debate com Liz Truss. “Não é credível prometer que teremos muito mais dinheiro ou que vamos cortar os impostos. Tive que fazer algumas das escolhas mais difíceis da minha vida como responsável pelas Finanças, em particular como lidar com a dívida pós-covid. Embora isso possa ser politicamente inconveniente para mim, também é a verdade”, disse Sunak há três meses.
Será esse o seu ponto mais forte. “Sunak é um tipo confiável naquele sentido do ‘rato de biblioteca’, muito técnico, tem bom currículo na área da Economia e, como esse foi o foco dos problemas de Truss, alguém como Sunak é muito provavelmente o que o país quer agora”, começa por analisar ao Expresso, ao telefone, Garvan Walshe, ex-conselheiro do Partido Conservador e analista político no Martens Centre, um instituto de estudos políticos associado ao Partido Popular Europeu.
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