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Reino Unido: polícia investiga alegada agressão de manifestante arrastado para recinto de consulado chinês

Reino Unido: polícia investiga alegada agressão de manifestante arrastado para recinto de consulado chinês
Thomas Peter/REUTERS

Um manifestante que estava junto ao consulado chinês alega ter sido arrastado para o interior do recinto e alvo de agressão. O incidente, que está a ganhar visibilidade nas redes sociais, deu-se no Reino Unido. A situação está a ser investigada pela polícia

Domingo, dia de arranque do congresso do Partido Comunista da China, um grupo de pessoas manifestou-se no exterior do consulado chinês na cidade de Manchester, no Reino Unido. No entanto, não foram as palavras de protesto contra o regime chinês que marcaram a tarde. As autoridades britânicas estão a investigar um alegado caso de agressão, depois de um manifestante aparentemente ter sido arrastado para o recinto do consulado e sido agredido, escreveu a agência Reuters.

Vídeos divulgados no Twitter mostram indivíduos a aproximarem-se de cartazes expostos no exterior do consulado e a retirarem-nos, tentando levá-los para o interior do recinto consular. Segue-se uma altercação e, instantes depois, um manifestante parece ser alvo de violência dentro dos portões do consulado.

A polícia emitiu um comunicado esta segunda-feira, indicando que cerca de 30 a 40 pessoas marcaram presença no exterior do consulado. “Pouco antes das 16h, um pequeno grupo de homens saiu do edifício e um homem foi arrastado para o recinto do consulado e agredido. Por receio da segurança do homem, os agentes intervieram e retiraram a vítima do recinto do consulado”, diz a nota das autoridades. Segundo a polícia, o homem sofreu lesões físicas e passou a noite no hospital.

Não foram feitas detenções, estando a situação a ser investigada pela equipa de incidentes graves, que está em contacto com a polícia nacional e parceiros diplomáticos. O comunicado cita o subchefe da polícia de Grande Manchester, que descreve que os agentes responderam em resposta a uma “situação dinâmica e hostil” e que “todas as vias viáveis serão exploradas para levar à justiça quem quer que pensemos ser culpável pelas cenas que vimos no exterior do Consulado chinês”.

A BBC informa que um porta-voz do consulado descreveu que um grupo de ativistas a favor da independência de Hong Kong “pendurou um retrato insultuoso do Presidente chinês na porta principal” do Consulado-geral da China em Manchester, algo que “seria intolerável e inaceitável para qualquer missão consular e diplomática de qualquer país”. O Expresso enviou perguntas ao consulado, mas não obteve resposta.

Ativista pede investigação

A situação gerou reações de organizações e figuras políticas. O ativista Nathan Law apelou na rede social Twitter à investigação do caso. “Se o pessoal do consulado não for responsabilizado, os cidadãos de Hong Kong vão viver em medo de serem raptados e perseguidos”, escreveu.

Por sua vez, o ativista Simon Cheng descreveu que o consulado enviou pessoal com equipamento antimotim para retirar os cartazes, depois de os manifestantes terem rejeitado um pedido do consulado para os retirar.

A organização fundada por Simon Cheng, ‘Hongkongers in Britain’, emitiu um comunicado a criticar a “violência brutal” usada pelo consulado e apela a uma investigação criminal, alegando que se acredita que o cônsul geral Zheng Xiyuan esteve envolvido no ataque.

“Não podemos permitir a criminalidade, desumanidade e brutalidade do regime do Partido Comunista Chinês nas ruas do Reino Unido contra manifestantes pacíficos a exercerem o seu direito básico a protestar”, reagiu Benedict Rogers. O cofundador da organização Hong Kong Watch defendeu em comunicado que os responsáveis pelo incidente “devem enfrentar consequências severas” e ser investigados. No seu entender, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico deve convocar o embaixador chinês e expulsar os diplomatas responsáveis pela situação.

O deputado trabalhista britânico Afzal Khan escreveu no Twitter que as autoridades chinesas “não podem usar intimidação e abuso em Manchester ou qualquer outro local”. Por sua vez, o deputado conservador Iain Duncan Smith defendeu que o Governo britânico deve “exigir um pedido de desculpa do embaixador Chinês no Reino Unido” e que os responsáveis pelo incidente devem ser expulsos.

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