Os alarmes de incêndio soaram em Teerão ao cair da noite - e pouco depois surgiam os primeiros vídeos e fotografias nas redes sociais que mostravam nuvens de fumo sobre a prisão de Evin, onde estão encarcerados os presos políticos do regime. Algumas testemunhas ouviram disparos. Uma notícia da agência de notícias iraniana IRNA, citando um membro das forças de segurança que não identificou, assegura que a situação já está “calma”, após distúrbios provocados por “bandidos”, que terão ateado fogo na lavandaria do estabelecimento. Os primeiros relatos de tiros surgiram pelas 19h30 de Teerão, 16h de Portugal Continental, enquanto vários protestos de rua contra o regime varriam várias cidades do país.
Uma notícia da agência de notícias iraniana IRNA, citando um membro das forças de segurança que não identificou, assegura que a situação já está “calma”, após distúrbios provocados por “bandidos”, que terão ateado fogo na lavandaria do estabelecimento. Os primeiros relatos de tiros surgiram pelas 19h30 de Teerão, 16h de Portugal Continental, enquanto vários protestos de rua contra o regime varriam várias cidades do país.
Além de presos políticos, há jornalistas e muitos cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros também detidos neste local. A britânica-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe e o também britânico-iraniano Anoosheh Ashoori estiveram nesta prisão, ambos acusados de serem espiões do Ocidente. Só foram libertados este ano: Zaghari-Ratcliffe esteve presa seis anos, Ashoori cinco.
Este domingo assinala-se um mês desde a morte da jovem curda Masha Amini, às mãos da polícia iraniana, que continua a manter que a jovem sucumbiu a uma doença e não foi vítima de qualquer violência. A família mantém que Amini foi alvo de pancadas na cabeça.
O Irão não parece estar preparado para deixar passar mais uma injustiça, mais uma morte, mais um episódio de autoritarismo, e milhares de pessoas têm-se reunido em dezenas de cidades iranianas, mesmo naquelas que são consideradas bastiões de apoio ao regime.
Uma das jornalistas da BBC Persa, Rana Rahimpour, disse que não há ainda provas de que os tiros, o fogo e as explosões que foram sendo reportados ao longo da noite têm ligação às manifestações mas considera provável que assim seja uma vez que é em Evin que o regime mantém presas as pessoas que vem recolhendo das ruas. “Os detidos têm plena consciência do quão intensa é a situação no país”, relatou Rahimpour.
Um grupo de ativistas anti-governo, 1500tasvir, tem colocado vídeos na internet e em alguns deles é possível ouvir o grito “morte ao ditador” - um dos principais lemas do movimento. Um outro vídeo parece mostrar um objeto a ser disparado para dentro do perímetro da prisão, e logo depois há um som de uma explosão, ainda segundo o artigo da BBC Persa, que analisou a veracidade do conteúdo.
A agência de notícias iraniana escreve que há pelo menos 7 feridos mas ainda não há notícias de vítimas mortais.
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