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Carlos III será proclamado rei neste sábado em Londres. O que esperar da cerimónia

Carlos III será proclamado rei neste sábado em Londres. O que esperar da cerimónia
DANIEL LEAL/Getty Images

Conforme os protocolos reais, o Conselho de Adesão decorrerá no palácio de Saint Andrew, em Londres, e começará às 10h locais (mesma hora em Portugal), segundo um comunicado do Palácio de Buckingham. A cerimónia, pela primeira vez, será transmitida em direto na televisão e há vários rituais para cumprir

Este sábado, 10 de setembro, um novo soberano será proclamado no Reino Unido pela primeira vez em 70 anos. Após a morte da rainha Isabel II, chegou a vez de Carlos III, que, amanhã, será oficialmente proclamado rei numa cerimónia que será transmitida através da televisão pela primeira vez na história.

Segundo um comunicado do Palácio de Buckingham, e conforme os protocolos reais, o Conselho de Adesão, tradicionalmente convocado até 24 horas depois da morte do soberano, decorrerá no palácio de Saint Andrew, em Londres, e começará às 10h locais (mesma hora em Portugal).

O Conselho, que será presidido pela deputada Penny Mordaunt na sua pele de Lord Presidente do Conselho, contará com a presença de 200 membros do Conselho Privado, um corpo formal de conselheiros do soberano do Reino Unido. De entre as fileiras do Conselho Privado podem-se contar mais de 700 membros, entre eles ex-primeiros ministros como David Cameron ou Tony Blair, juízes do Supremo Tribunal do Reino Unido, os arcebispos da Cantuária e York, o príncipe William e, ainda, a rainha consorte Camilla. Tal como é referido no site do corpo formal, ainda não é possível confirmar quais os membros que estarão presentes no ato de proclamação.

A cerimónia será dividida em duas partes. Na primeira, com o rei ausente, Penny Mordaunt começará por ler a declaração de morte da rainha Isabel II. De seguida, passará a palavra ao secretário do Conselho Privado, que irá ler o texto referente à proclamação do novo soberano. A mesma proclamação será, então, assinada por um grupo restrito de conselheiros, incluindo os arcebispos de Cantuária e York, a primeira-ministra Liz Truss e os membros da família real presentes. Finalmente, Mordaunt encerrará a reunião ao aprovar formalmente várias ordens relativas aos preparativos para a proclamação.

Na segunda parte, Carlos III presidirá o Conselho Privado e começará por ler uma declaração pessoal sobre a morte da sua mãe, tal como Isabel II fez em 1952, na sua proclamação, quando leu uma mensagem sobre o pai, o rei Jorge VI. Após a declaração, Carlos III lerá e assinará um juramento onde promete zelar pela segurança da igreja da Escócia, um ritual justificado pelo ato de 1707 através do qual a Escócia se juntou à Inglaterra e ao País de Gales para formar a Grã-Bretanha. Mais uma vez, Penny Mordaunt encerrará a sessão ao ler e aprovar uma série de ordens formais.

Segundo o comunicado do Palácio de Buckingham, o Conselho de Adesão será seguido por uma leitura da proclamação na varanda do Palácio de Saint Andrews. “Será lida pelo Rei das Armas da Jarreteira, acompanhado pelo Cone Marechal, por outros oficiais de armas e pelos sargentos de armas” e “será a primeira leitura pública da Proclamação”, pode-se ler no comunicado.

Seguem-se alguns momentos e rituais previstos pelos protocolos da coroa britânica. Primeiro, a proclamação de Carlos III será saudada por uma salva de artilharia em Hyde Park, em Londres, onde serão disparados 41 tiros, e na Torre de Londres, onde se ouvirão 61 tiros. A proclamação será depois relida uma hora mais tarde, às 12h locais, na Royal Exchange, um centro de comércio na cidade de Londres, e nas capitais da Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales – Edimburgo, Belfast e Cardiff, respetivamente. No dia seguinte, domingo, será novamente lida às 12h em outros locais dentro dos mesmos três países do Reino Unido.

Para terminar, terá lugar a dança das bandeiras. Serão hasteadas em plena haste nos edifícios públicos apenas durante o intervalo de tempo que separa a proclamação de Carlos III da última leitura da proclamação nos territórios da Escócia, País de Gales e irlanda do Norte. Voltarão a meia haste imediatamente depois, de acordo com o período de luto à rainha Isabel II.

Texto de José Gonçalves Neves, editado por João Cândido da Silva

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