“A queda do Muro de Berlim foi um momento crucial e em que se julgou que tinham acabado as divisões. A Europa viveu então uma lua de mel, que teve muito a ver com o enfraquecimento da Rússia após a dissolução da União Soviética”, observa Paulo de Almeida Sande, especialista em assuntos europeus ouvido pelo Expresso. Isso levou mesmo a que, em 1989, Francis Fukuyama publicasse o célebre artigo intitulado “O fim da História”. “Essa foi uma das grandes ilusões do Ocidente durante os anos 1990, porque realmente parecia que sim”, mas as cicatrizes do passado perduram até hoje e “é nesse rescaldo da Guerra Fria que estamos a viver”, comenta o perito em Ciência Política e Relações Internacionais.
Na mesma semana em que morreu Mikhail Gorbatchov, responsável pelas brechas que se abriram na Cortina de Ferro e levaram à implosão dos muros erguidos pelo bloco soviético, a Lituânia anunciou ter concluído a construção de uma cerca de arame farpado, com 550 quilómetros de extensão, ao longo da fronteira com a Bielorrússia. “Em todas as secções, o trabalho está 100% concluído”, garantiu esta segunda-feira a primeira-ministra lituana, Ingrida Šimonytė. O objetivo desta barreira física, com quatro metros de altura, é o de travar o fluxo de migrantes, sobretudo daqueles que são provenientes do Médio Oriente e África.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: amcorreia@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes