
Os taiwaneses vão ter de valer-se a si mesmos. É a lição que tiram da invasão da Ucrânia
Os taiwaneses vão ter de valer-se a si mesmos. É a lição que tiram da invasão da Ucrânia
Eva Rammeloo, em Taipé
Os alunos têm 30 segundos. Se demorarem mais a aplicar o torniquete, a vítima corre risco de vida. Karen Ye puxa de uma faixa azul, abre o velcro e enrola-a no braço do parceiro. O instrutor Ling conta até 30. A contabilista, na casa dos 30 anos, consegue por um triz. “Temos de treinar mais”, conclui. Com uma risada, mostra nódoas negras nos braços de tanto apertar a faixa.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, explodiu a procura de cursos como este, onde taiwaneses comuns aprendem competências básicas para cenários de catástrofe. Há muitos anos que a ilha vive com a ideia de um ataque chinês a qualquer instante. Parece inevitável, já que o Presidente, Xi Jinping, considera a reunificação “uma missão histórica”, se necessário pela força. A separação aconteceu em 1949, quando os republicanos chineses do Kuomintang perderam a guerra civil contra os comunistas. Cerca de dois milhões fugiram para a ilha. O plano do Kuomintang era reconquistar o país, mas a República Popular foi-se tornando cada vez mais poderosa e próspera e o mundo tomou o lado de Pequim, com raras exceções.
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