Internacional

Taiwan: China inicia os maiores exercícios militares de sempre junto à ilha

Helicóptero faz manobras de aproximação ao solo durante exercício militar, em Taiwan
Helicóptero faz manobras de aproximação ao solo durante exercício militar, em Taiwan
RITCHIE B. TONGO/EPA

As manobras militares surgem em resposta à visita da congressista norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan, vista como uma grave provocação pela China

A China iniciou hoje os exercícios militares, que incluem fogo real, nas imediações de Taiwan, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV, a maior operação de sempre junto da ilha reivindicada por Pequim.

"Os exercícios estão a começar", disse a CCTV numa mensagem publicada na rede social Weibo. Os exercícios estão programados até domingo.

As manobras militares surgem em resposta à visita da congressista norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan, vista como uma grave provocação pela China.

Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.

O Governo chinês respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan.

Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.

Taipé diz que se está a "preparar para a guerra sem procurar a guerra"

As forças armadas de Taiwan disseram hoje que se estão a "preparar para a guerra sem procurar a guerra", momentos depois da China ter iniciado as maiores manobras militares da história em torno da ilha.

"O Ministério da Defesa Nacional sublinha que respeitará o princípio de se preparar para a guerra sem procurar a guerra", disse o Ministério da Defesa de Taiwan em comunicado.

Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

China detém taiwanês por ações separatistas e pôr em risco segurança nacional

A polícia chinesa deteve na quarta-feira um cidadão de Taiwan, a viver na cidade de Wenzhou, por alegadamente se envolver em "atividades separatistas" e "pôr em perigo a segurança nacional", noticiou nesta quinta-feira a imprensa estatal.

O suspeito, Yang Chih-yuan, nasceu na cidade taiwanesa de Taichung em 1990 e, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, "é há muito um defensor da independência de Taiwan".

Yang colaborou com outros para alegadamente criar uma organização "ilegal" com o objetivo de "pressionar Taiwan a tornar-se um Estado soberano e a aderir às Nações Unidas".

No início da quarta-feira, o Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, do Governo chinês, anunciou "punições" para organizações "relacionadas com elementos extremistas que procuram a independência de Taiwan" e acusou a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o seu partido, o Partido Democrático Progressista (DPP), atualmente no poder, de "conluio com forças estrangeiras" e de "arrastar Taiwan para um desastre".

A detenção ocorre menos de 24 horas após a líder da Câmara dos representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, ter concluído a sua visita a Taiwan, uma viagem que enfureceu Pequim, que a apelidou de "farsa" e "deplorável traição".

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