Internacional

Deputados em Israel preparam dissolução do Parlamento para que se realizem eleições antecipadas

Naftali Bennett (à esquerda) e Yair Lapid acordaram alternar-se no cargo de primeiro-ministro, tendo cessado em a coligação em junho de 2022
Naftali Bennett (à esquerda) e Yair Lapid acordaram alternar-se no cargo de primeiro-ministro, tendo cessado em a coligação em junho de 2022
OREN BEN HAKOON / AFP / GETTY IMAGES

As próximas eleições no país irão ocorrer pela quinta vez em quatro anos, em princípio a 25 de outubro ou 1 de novembro

Os deputados israelitas aprovaram esta terça-feira de madrugada uma primeira leitura do projeto de lei para dissolver o parlamento, um passo fundamental para convocar eleições antecipadas, as quintas em menos de quatro anos.

A votação abre caminho para as eleições antecipadas para 25 de outubro ou 1 de novembro, depois de o primeiro-ministro, Naftali Bennett, ter anunciado o fim da coligação, no poder desde junho de 2021.

Pouco depois da meia-noite, a comissão anunciou que tinha concluído o trabalho e "aprovado por unanimidade" esta primeira leitura do projeto de lei, com o apoio de 53 membros, sem oposição nem abstenções.

Os 120 membros eleitos devem adotar o projeto de lei em três leituras.

No entanto, a comissão parlamentar, que inclui membros da oposição e da coligação ainda no poder, informou que existe um acordo para finalizar a votação até ao final de quarta-feira.

Coligação única na história de Israel

Ao abrigo de um acordo de partilha do poder entre Bennett e o atual chefe da diplomacia, Yair Lapid, este último será primeiro-ministro, na sequência da dissolução do parlamento e até à formação do próximo Governo.

Bennett e Lapid tinham criado em junho de 2021 uma coligação única na história de Israel, que incluía partidos de direita, centro, esquerda e, pela primeira vez, um partido árabe, para pôr fim aos 12 anos de governação de Benjamin Netanyahu.

Contudo, a coligação sofreu vários reveses nas últimas semanas e, para a enfraquecer ainda mais, a oposição conseguiu reunir, a 6 de junho, uma maioria de votos contra o alargamento da aplicação da lei israelita aos 475.000 colonos israelitas que vivem na Cisjordânia ocupada.

Sem a renovação deste diploma até 30 de junho, os colonos da Cisjordânia - território palestiniano ocupado desde 1967 - perderiam a proteção legal ao abrigo da lei israelita.

Se o parlamento for dissolvido, esta lei é automaticamente prorrogada.

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