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Svetlana Tikhanovskaïa: “Sem uma Ucrânia livre não haverá uma Bielorrússia livre. Os nossos destinos estão interligados”

Svetlana Tikhanovskaïa: “Sem uma Ucrânia livre não haverá uma Bielorrússia livre. Os nossos destinos estão interligados”
NUNO FOX

A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaïa, está em Portugal. Em entrevista ao Expresso, destacou que o regime do país e o seu povo são “absolutamente diferentes”, falou da dependência de Lukashenko do Kremlin e descreve que o movimento democrático está “unido como nunca antes”

Svetlana Tikhanovskaïa: “Sem uma Ucrânia livre não haverá uma Bielorrússia livre. Os nossos destinos estão interligados”

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

A figura mais conhecida da oposição ao último ditador da Europa voltou a Portugal. Svetlana Tikhanovskaïa entrou na corrida às eleições presidenciais da Bielorrússia de agosto de 2020 depois das aspirações do seu marido acabarem em prisão. Desde então, é uma voz ativa na defesa dos direitos humanos do país.

A renovação de mandato de Aleksandr Lukashenko, com 80% dos votos, foi contestada e levou milhares de pessoas à rua em protestos. Tikhanovskaïa passou a viver no exílio. Passados quase dois anos, está em Portugal e já se encontrou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Em entrevista ao Expresso, descreve que o movimento democrático na Bielorrússia “está unido como nunca antes” e que a população está contra a invasão da Ucrânia, atribuindo a responsabilidade do papel da Bielorrússia na guerra ao regime de Lukashenko.

É a segunda visita que faz a Portugal em menos de dois anos. Quais são as expectativas?
Estou grata a Portugal pelo Governo me aceitar num nível tão alto, mostra o reconhecimento das forças democráticas. Ontem (quinta-feira) encontrei-me com o Presidente, hoje encontro-me com o ministro dos Negócios Estrangeiros, o presidente do Parlamento, o presidente da Câmara de Lisboa e a tarefa principal é talvez atualizar a informação sobre a Bielorrússia e explicar o que se está a passar. Porque com o início da guerra muito mudou e inesperadamente, para nós, a Bielorrússia tornou-se co-agressora nesta guerra. É muito importante para nós que o mundo perceba que o regime na Bielorrússia e o seu povo são duas coisas absolutamente diferentes. Enquanto movimento democrático, precisamos de apoio na arena internacional. Somos vizinhos da Ucrânia e da Rússia e, para resolver as crises na Ucrânia e na Bielorrússia, o mundo internacional tem de ser vocal sobre esta situação.

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