Na ressaca de uma noite eleitoral que confirmou o desmoronamento dos partidos tradicionais, os jornais franceses (e não só) destacam agora a incerteza quanto ao desfecho das presidenciais, marcado para 24 de abril, dia da segunda volta. Uma das principais diferenças face à disputa de há cinco anos é que poucos duvidaram então da vitória de Emmanuel Macron. Mas agora, em 2022, Marine Le Pen tem mesmo hipótese de ganhar.
Em 2017 os estudos de opinião para a segunda volta davam 20 pontos percentuais de vantagem ao centrista liberal, que veio a vencer por 66-34%. Os deste domingo à noite dão-lhe 51 a 54% das preferências, contra 46 a 49% para a ultranacionalista, logo, dentro da margem de erro. E com a agravante de Le Pen “dispor, ao contrário dele, de um reservatório de votos”, como escreve o jornal “Libération”, referindo-se aos 7% do ultradireitista Éric Zemmour.
Conclusão: “O Presidente aborda a segunda volta sob alta tensão”. Sinal disso é o alerta de George Elliott Morris, jornalista de dados de “The Economist”. Escreve na rede social Twitter que o modelo de projeção de votos da revista britânica atribui a Le Pen 25% de chances de sair vencedora. Era o mesmo que davam a Donald Trump nas presidenciais americanas de 2016.
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